PARA QUEM AMA GATOS

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segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Análise de "Te Ver", do Skank




A música Te Ver, cantada pela banda Skank, é do álbum Calango, do ano de 1994, composta por Chico Amaral, Samuel Rosa e Lelo Zaneti.
De conotação romântica, em cada verso descobrimos, que é mesmo impossível ver a pessoa amada e não querê-la.
 O tempo inteiro o personagem compara situações em nossas vidas que comprovam que quem amamos, é um ser que não dá para se ignorar: é ver e, automaticamente, querer.
Mesmo sendo uma letra essencialmente romântica, percebemos algumas passagens de críticas sociais e também subjetivas. Afinal, nem tudo que gostamos é o que os outros gostam...
Uma das poucas músicas que começa pelo refrão e distribui os versos como divagações a supostos comentários.
"Te ver e não te querer/ É improvável, é impossível/ Te ter e ter que esquecer/ É insuportável, é dor incrível", nos próximos versos a comparação, para que consigamos entender porque é tão impossível assim:
"É como mergulhar no rio/ E não se molhar/ É como morrer de frio/ No gelo polar". Temos aqui, a impossibilidade real da coisa, não um modo de dizer, com certeza, uma verdade literal: mergulhar no rio e não se molhar, e estar no gelo polar e não morrer de frio, é o que podemos afirmar como
impossível.
Já em: "É ter o estômago vazio e não almoçar/ É ver o céu se abrir no estio e não se animar", notamos que o personagem sintetizou o consenso popular de que se está na hora do almoço, vamos nos alimentar. O mesmo ocorre no caso do céu quando vem o Sol, e as pessoas, no geral, se animam. Aqui é subjetivo. Depende de cada um. Esse "impossível" não se aplica em casos de pessoas que não almoçam nunca ou adoram dias de chuva. Pessoas assim, não usariam esses versos para comparar o quão é impossível ver a pessoa amada e não querê-la.
Em: "É como esperar o prato/ E não salivar/ Sentir apertar o sapato e não descalçar", temos um gracejo e uma verdade. Naturalmente esse salivar o prato, faz referência ao dito popular sobre pessoas ingratas que "cospem no prato onde comem". Para elas, é impossível não desprezarem a comida com uma saliva. Mas isso é subjetivo e acaba ficando até sendo engraçado imaginarmos a cena, embora seja um humor bem insólito. E a verdade coletiva é que todo aquele que sente apertar o sapato, descalça. Talvez não em público, talvez aguente por um período, mas em algum momento vai fazê-lo.
O lado lírico e de verdade literal, temos em: "É ver feliz alguém de fato/ Sem alguém pra amar/ É como procurar no mato/ Estrela do mar". Para os românticos, não há felicidade sem um ser para se amar e, é claro, estrela do mar só tem em água. Não se pode acha-la em matos, não é mesmo?
"É como não sentir calor/ Em Cuiabá/ Ou como no Arpoador/ Não ver o mar". Olha a geografia brasileira sendo destacada e com veracidade! Cuiabá, capital do Mato Grosso, uma das mais quentes do país, realmente não dá para chegar lá e não sentir calor, assim como estar na lindíssima Praia do Arpoador, no bairro de Ipanema, Rio de Janeiro,  e não ver o mar, é de fato, impossível! Uma ressalva a ser feita é que Arpoador pode ser uma referência à Pedra do Arpoador, no mesmo bairro, e que, do mesmo jeito, fica impossível não ver o mar...
"É como não  morrer de raiva/ Com a política/ Ignorar que a tarde vai/ Vadiar e mítica". Seja em que época for, a música foi lançada em 1994, mas a verdade é: sempre dá raiva a política! É impossível estarmos totalmente satisfeitos, seja de um jeito ou de outro, ainda que alguns políticos sejam de nossa escolha. Deixar de lado uma tarde, cujo consenso popular diz que é o fim do dia, logo, conhecido para se vadiar, é impossível para aqueles que podem descansar à tarde ( a tal vadiagem da letra, é apenas um relaxamento pós trabalho). Aqui o aspecto é subjetivo, já que muitas pessoas  que trabalham o dia inteiro, e não têm hora certa para o descanso. E esse "mítica" que a traz a letra, faz sentido no aspecto que parece uma invenção, um mito. Por exemplo, as imagens que um crepúsculo bonito forma no céu. Só a tarde fornece esse quadro que a natureza cria, dando aquela sensação de devaneio, algo tão agradável aos olhos e à alma.
Uma ironia e uma ideia particular temos em: "É como ver televisão/ E não dormir/ Ver um bichano pelo chão/ E não sorrir". A ironia está na referência à programação televisiva que, em muitos casos, é bem chata e repetitiva, causando sono. É impossível uma pessoa não ter dormido, em alguma vez na vida, ao assistir TV. No caso de ver animais, a ideia é particular já que só cabe para quem gosta de bichinhos. Por extensão, não só em caso de gatos como sugere a letra, quem gosta de animais vai sorrir ao avistar um cachorro, um coelho, um papagaio, e outros mais, e nem será somente pelo chão. Pode ser em qualquer lugar. Para quem não aprecia estes seres, não irá sorrir, e se for gente perversa, pode até maltratá-los.
"E como não provar o néctar/ De um lindo amor/ Depois que o coração detecta/ A mais fina flor". Nestes versos, a comparação de "ver"  e "não querer", se faz na própria arte de amar, motivo principal da composição. Realmente é impossível uma pessoa não querer provar o sabor, o néctar de um amor verdadeiro, depois que o coração o descobre. O contraste de que é o amor que tem o néctar, e não a flor, é magnífico! A flor aqui funcionando como o frescor, a vitalidade, a realidade de seus sentimentos, e naturalmente, a sensibilidade daqueles que amam de verdade.


Para todos nós, o vídeo com a belíssima música Te Ver!




(Imagem:
Fonte desconhecida
Edição de imagem:
Página Mary Difatto)

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