segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Remédio bom: tv

Sexta-feira,à noite, cansada, chovendo o suficiente para não
incentivar ninguém a sair de casa, ou pelo menos, muita gente.Que remédio? Assistir tv.
"A tv é um ópio!" , diriam alguns.
"Tv é como um amigo antigo: mesmo não vendo às vezes, é bom saber que está lá.", diriam outros.
"A minha tv só tem uma função: enfeitar a sala. É um móvel bem bonito...", restringiriam alguns outros.
Eu já prefiro definir de um jeito não-original, embora bem propício.
Faço alusão à obra Pesadelo ,de Arthur La Bern, quando o personagem central é internado:
"Estava ligada a panacéia do mundo, a tv." (a frase não era bem assim , mas é a idéia que cabe aqui).
Foi nesse livro que eu li, pela primeira vez, o termo "panacéia".
Corri para "O Pai dos Inteligentes". Significado:"Remédio para todos os males".
Tv , para mim, é panacéia.
Bom, gente, eu ainda não falei do que me propus de verdade.
No entanto, creio ter sido profícuo ( lembrei-me da minha professora
em língua inglesa(!) na faculdade; era ela quem muito usava esse termo) esse ensaio sobre tv, pois o assunto que quero expressar vem dela. Um dia, talvez, eu até escreva algo só sobre a importância dos meios de comunicação. Talvez...
Voltando à tal sexta-feira à noite, eu fiquei aguardando, sem muita boa vontade, o Globo Repórter (31/10/08), imaginando temática repetitiva ou corrida demais, que muito nos deixa com a sensação de que ficou faltando algo.
Não havia eu visto anunciar o tema do dia, então, a espera se fez necessária.
E digo que valeu a pena!
Como é bom assistir ser humano, gente de verdade, em algum lugar!...
Pessoas especiais, no sentido mais amplo que isso possa ter.
Falava sobre pessoas com alturas extremas ( altas ou baixas demais) e suas limitações diante do mundo.
Meu Deus, isso é para fazer qualquer um pensar mais um pouco!
Fico imaginando o sofrimento dessas pessoas, tendo que encarar uma sociedade preconceituosa, hipócrita, cheia de não me toque.
Chamou muito a minha atenção o menor casal do mundo.
Naturalmente que a altura mínima é digna de observação (ela, 0,92 cm; ele, 0,89 cm ), mas o meu enfoque todo vai para a alegria dessas pessoas, a fome de viver e o modo particular de enfrentar as situações difíceis dentro de um mundo que não feito para os "diferentes".(Vocês sabem, né?, o nosso mundo é muito "normal": joga-se crianças pela janela e mata-se ex-namoradas em seqüestros, que duram dias e dias...)
Muito interessante quando puseram uma câmera na testa de cada um deles para nos situar do quanto a locomoção e visão de mundo se faz dificultosa para esses pequenos gigantes. Adorei a parte da roleta do metrô, que parecia mais barra de academia, que roleta propriamente dito. É ótimo mostrarem isso para darmos valor ao que temos. Nunca mais reclamarei dos meus 1,59m!
Assim transcorreu a matéria, falando de outros pequeninos e do tratamento que é feito(caríssimo!) para ganhar-se alguns centímetros a mais.
O outro lado da moeda, a turma dos gigantes, me pareceu bem infeliz.Era para se sentirem poderosos, já que conseguem ver o mundo de cima, literalmente. Logo se vê, entretanto, o velho ditado:"Tamanho não é documento". Eles sofrem por vários motivos, e altura, quem poderia detectar isso?, é o principal dilema dessas pessoas.
Porque não se trata pura e simplesmente de altura disparatada. Trata-se de saúde, de aspecto financeiro, de adequação para dormir.
Uma pessoa alta demais tende a sofrer de atrofia;os ossos não conseguem sustentar um corpo tão esticado. Além disso, pessoas com gigantismo (termo que não aprecio, assim como o nanismo para os com baixa estatura) são "caras", isto é, todas as roupas, calçados, camas, banheiros e tudo mais é em tamanho maior, o que causa a urgência de mandar fazer sob medida, tudo bem singular, e singularidade custa caro.
Não tive como não me emocionar com o caso do homem mais alto do Brasil. Ele mede 2,30 m, tem 23 anos e ainda pode crescer mais. E o que é pior: seus órgãos vitais, assim como as extremidades, acompanham o mesmo ritmo de crescimento exacerbado.Ele terá que fazer uma operação no cérebro, onde o hormônio de crescimento se localiza.
Aliás, um outro homem bem alto (2,25 m) operara há uns dois anos e conseguiu se livrar do fantasma do gigantismo infindável. Agora trabalha numa biblioteca em meio-período e não se precisa usar escada com ele por perto.
Sua história é bem emocionante também. Ele fora abandonado pela mãe biológica, depois pela adotiva aos 12, e pediu encarecidamente para uma enfermeira o adotar. O mais lindo de tudo: ela aceitou o desafio. Moram juntos e aparentemente são pessoas bem felizes.
Há tantas histórias boas ... Como a da dona Maria Feliciano e seus filhos muito altos que não podem trabalhar, por motivos óbvios. Aliás, essa senhora é maravilhosa porque não fez drama com a altura (2,25m). Apesar de doente, diz que a altura a ajudou, pois pôde contribuir com os pais através da fama e dinheiro que conseguiu. Há a história da pequena professora Luzia, de 53 anos, cujos alunos acham que ela tem pouca idade por causa do tamanho . Achei engraçado quando uma aluninha de dois anos disse que a professorinha tinha a idade dela. Tão fofinha essa menina!... Ai, quantas vivências fantásticas!
Sexta-feira chuvosa, à noite, quando você não tem muita opção, pode te surpreender.
Que venham outras quais essa , onde a panacéia pode exercer a sua função maior: remediar todos os males, até aqueles que não sabíamos que existiam...
Lindos, mil beijos para vocês!

Exemplo de Gigantismo Exemplo de Nanismo





Agradecimentos pelas imagens: Gigantismo:http://maryvillano.blogspot.com/2007/06/as-mulheres-mais-altas-do-mundo.html; Nanismo:http://www.alunosonline.com.br/biologia/nanismo

2 comentários:

  1. Estou voltando depois de muito tempo, a comentar uma postagem, e fico feliz com isso. Ainda mais falando deste assunto-nanismo e gigantismo- tão bem desenvolvido por você,Mary. Há, realmente muita dificuldade por parte das pessoas que têm o problema de estatura quando esta prejudica a mobilidade. Uma pessoa muito baixa não consegue alcançar objetos que estejam em lugares altos (pra ela) tornando-a ,até mesmo psicologicamente, deprimida e insatisfeita consigo mesma. A pessoa alta demais, a princípio, nos dá a impressão de poderosas e completamente felizes. Mas isto não é verdade logo assim que começamos a refletir sobre os incômodos desta suposta superioridade. Há um verdadeiro arsenal de coisas a serem adaptadas, sem falar é claro no fator saúde , que requer cuidados com a postura. Portanto achei interessante o programa da televisão ter mostrado para o público a vida no dia-a-dia das pessoas que sofrem de gigantismo ou nanismo, como também da sua conscientização de reforçar a matéria televisiva com tão edificante postagem. Desta forma percebe-se que televisão bem feita e voltada para o bem viver é um bom remédio. Abraços de Henrique (feliz por está voltando) psicologicamente,

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  2. Olá, Henrique!
    Muito bom mesmo tê-lo de volta!
    Puxa, e q volta,hein, essa sua?!
    Vc escreveu um post!!!!
    Por que vc não escreveu esse comentário antes de eu escrever o texto? rsrsr
    Iria aproveitar muita coisa daí...
    Eu quis falar desse assunto do "Globo Repórter" porque acho justo mostrar vida útil da tv, q anda tão "mal na fita" ultimamente!
    Concordo contigo q qd há alguma matéria legal, a tv voltada p/ o bem vale a pena ser assistida!
    Ufa! Já ia eu escrever outro post!...´
    Bom, vc sabe q é sempre bem-vindo!
    Volte sempre!( Vê não some, né?)
    Abraços da Mary.

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