Tudo na vida tem seu lado bom e o seu lado ruim; não importa qual seja o assunto.
Uma casa cheia de filhos, colegas dos filhos, marido, fins-de-semana agitados e tudo o mais, pode virar uma arma contra a mulher no tocante à sua estabilidade emocional futura.
O tema que abordo hoje é a chamada síndrome do ninho vazio e atinge mais mulheres do que se possa imaginar.
Até pode atingir homens, só que é mais comum em mulheres.
Não se trata propriamente de doença, mas é deteriorante para o psíquico da pessoa que esteja vivenciando esse mal.
A síndrome do ninho vazio acomete àquelas mulheres que se dedicaram toda a vida aos filhos, marido e afazeres domésticos e descobrem, por volta dos seus 60 anos mais ou menos, que não se pode vivenciar o histórico de ninguém, que devemos ter nossa própria meta.
Muitas mulheres, sobretudo as do século passado, costumavam, ao se casarem, abandonarem tudo que fosse relacionado a trabalho, festas, amigos para ficarem submissas tão-somente às coisas do lar.
Só que o tempo passa, os filhos crescem e um a um vai deixando o lar para construírem os ninhos deles e de quebra, alguns maridos também cismam de se "reciclarem", abandonando, já idosos , a esposa, para começarem vida nova...
E o que sobra para aquela pobre criatura que se abdicou dos sonhos e profissão para elevar o ego dos seus familiares?
Há casos dramáticos de senhoras que ficaram tão isoladas da vida social que não sabiam nem ir a um simples cinema por viverem trancafiadas praticamente ao dia-a-dia doméstico!
Os piores casos, porém, não são esses.
São situações muito tristes em que mulheres pensam em suicídio por acharem que não têm utilidade para a família, nem para ninguém...
É extremamente perfurante no ego feminino relembrar o passado, da casa cheia, do churrasquinho, dos papinhos furados entre uma cerveja e outra, das risadas ruidosas dos filhos, dos tempos que os levava para a escola e participava de reunião de pais e professores, do marido que nunca esquecia a data de aniversário nem a do casamento!
Aquele ninho, construído com tanto esmero, está friamente vazio e sem chances de novos hóspedes...
A que foi uma grande advogada, professora, engenheira, cozinheira, e tantas coisas mais, resumida a chorar o passado, um passado que não lhe trouxe honrarias!
É salutar a todo ser humano dedicar-se a outro ser; ele só não deve se anular!
Os psicólogos costumam argumentar que essa síndrome surge muito por causa da baixa auto-estima, de achar que a profissão do marido ou a escola dos filhos, por exemplo, são superiores aos anseios daquela mulher em questão.
Então, erroneamente, ela faz uma escolha, que favorece somente aos outros, não à ela!
O conselho que os especialistas dão é que se faça um meio-termo.
A mulher que optou em casar-se e ter filhos deve ter consciência de que há pessoas que dependem dela de alguma forma, mas que o seu eu não pode ser ignorado.
Cuidar dos filhos e marido, claro, sem esquecer que ela também precisa de cuidados!
Não se abandona uma carreira, meio social, vivência, por causa de ninguém!
Manter os laços de amizade e comunicação é, no mínimo, salutar para a saúde mental...
Mulheres, abram suas asas e abriguem o dom de ser feliz!
Construam os ninhos, sem nunca esquecerem de que, um dia, os filhotes quererão dar os seus vôos e que vocês estejam perto, voando ao lado, e JAMAIS atrás deles!...
(Imagem:
Excelente post, Mary.
ResponderExcluirEu também tive minha casa com crianças, amigos e hoje estamos eu e meu esposo. Tenho netos, mas estão distantes. Sorte eu ter me preparado para esse momento. Tenho meu trabalho, meus interesses e assim a saudade aperta, mas não derruba.Tenho procurado aproveitar o momento para fazer tudo aquilo que não pude enquanto os filhos eram pequenos.
Beijos
Bel
Mary, ainda bem que voce citou que homens tb podem sentir tudo isso.
ResponderExcluirEu fico pensando que, nao me importa se tudo que faço pelas minhas filhas, nao irei receber retribuiçao. Sabe pq? Eu nao vou chorar por antecipaçao. Eu acredito que, elas herdaram a essencia do pai aqui. E logicamente nao espero aquele grude delas(morar comigo pra sempre) e sim, lembrar que elas têm um pai, nao importa onde e como.
adorei o texto.
bjs
Muito lindo, me envolvi totalmente nessa leitura, parabéns amiga.
ResponderExcluirAbraços forte
Oi Mary, eu já conhecia essa expressão porque gosto muito de ler sobre psicologia. Sim, os homens podem ter isso porque meu pai teve e ele, pra poder resolver a situação, construiu uma casa enorme, com tudo de mais legal, para que todos morassem juntos e jamais se afastassem dele. Eu fiz questão de morar nessa casa até que ele morresse.
ResponderExcluirCom as mulheres é mais comum de acontecer. Eu acredito que tome parte desse processo a perda gradual de identidade da mulher. Ela fica anos sem ouvir seu próprio nome sendo dito. Para os outros ela é a "esposa do fulano", para os filhos é "mãe", para os netos é "vó", para os pais é "filha", de vários apelidos pelo marido e assim vai-se esquecendo seu próprio nome, sua vida pessoal e de si mesma. Acho importante que em algum ambiente alguém nos chame pelo nosso próprio nome para evitar que a gente se perca e no final viva esta síndrome.
Olá querida amiga Mary,
ResponderExcluirExcelente sua postagem.
Texto lindo, envolvente e profundo.
Isso acontece e muito, e só não é mais grave, porque as pessoas estão começando a se preparar para que não ocorra essa síndrome, bem como, estão se sociabilizando mais, depois que surgiram os chamados Grupos da Terceira Idade.
Parabéns Mary.
Carinhoso e fratero abraço,
Lilian
Em maiores ou menores proporções esta sindrome atinge a todos ... uns sentem mais e outros menos, as mulheres realmente sentem muito mais, principalmente quando os filhos criam "asas" e definitivamente abandonam o lar ...
ResponderExcluirMary, ótimo tema a ser levantado.
ResponderExcluirQuando temos filhos, algumas vezes já nos pegamos pensando no futuro, quando eles forem tomar conta de suas vidas. Normal... Só que o pior de tudo fica a cargo dos maus casamentos. Muitos homens que nao querem que suas mulheres trabalhem fora, elas se dedicam à casa, corre o risco de depois de 20 ou 30anos o marido dar um pé na bunda dela... e conheço casos assim. Uma tristeza só.
Sim, tem homens que gostam e se importam com a estrutura familiar, mas como vc mesmo disse no seu post, maioria dos casos é de mulheres.
Bjs
Oi, Bel!
ResponderExcluirIsso, amiga!
Foi-se o tempo q a mulher tinha q perder a sua identidade e fazer da vida dos familiares o seu patamar de realizações!
Como vc mesma disse, existe a saudade, mas vc tem a sua própria vida, o q faz tudo seja bem mais fácil de ser aceito!
Um grande beijo da Mary!
Olá, Diego!
Sim, homens também podem sentir esse sentimento de 'vazio', embora seja mais raro.
É porque o homem foi ensinado desde cedo a ser auto-suficiente, o q ele leva até os fins dos seus dias; homem foi ensinado a se "bastar".
Fico aqui imaginando quando suas meninas estiverem realmente "batendo as asinhas"!
Eu q acompanho suas crônicas sobre sua convivência c/ as duas, do quanto elas te acrescentam como pai e ser humano, vejo o quanto o apego é grande...
Vai ser difícil, mas vc arrumará um jeito de driblar a saudade, tenho certeza!
E elas não te abandonarão, te visitarão sempre q possível!
Deixo p/ vc e os outros amigos o seguinte versinho q li há muito tempo, de uma moça c/ a 'síndrome'(não é p/ ficar triste não, viu?)
"Eu tive cinco filhinhos,
E hoje sozinha estou,
Não foi a morte, não foi,
Ai, foi a vida que os levou!"
Lindo, não?
Um abração, meu querido!
Mary.
Obrigada, Príncipe!
Era o objetivo mesmo, envolver vocês! rsrsrs
Mais uam vez obrigada!
Um abração da Mary p/ vc!
Ótimo, Leila, o seu enfoque!
ResponderExcluirVerdade mesmo!
A mulher perde a identidade, vira apenas "a mulher de", "a mãe de", coisa q é um absurdo já q ali dentro daquele seu cérebro, há ideias maravilhosas q podem ser usadas p/ o bem comum, mas ela se resume aos afazeres domésticos...
Uma coisa importante também é os filhos estarem sempre por perto quando eles se casam.
O tal "perto" q me refiro é de estarem acessíveis aos pais, através de telefonemas, visitas frequentes, p/ q os progenitores não se sintam abandonados e c/ uma sensação de "ingratidão" q muitos filhos causam.
Bjs,
Mary.
Bem lembrado, querida Lilian!
Foi muito boa essa "descoberta" p/ os da melhor idade, os grupos formados p/ passeios, encontros,etc., o q os faz mais motivados a viverem e sentirem menos falta dos filhos!
Obrigada pelo comentário gentil e somativo!
Bjs,
Mary.
De fato é, Joselito!
Graças a Deus seres humanos não são números e cada um tem um ritmo diferente p/ encarar essa sensação de ninho vazio".
Creio q os pais devam se preparar p/ esse acontecimento e vão, desde cedo, cuidando de suas próprias vidas, sem o tom egoístico de focarem tão-somente neles, é claro.
Como sugerem os psicólogos: fazer um meio-termo.
Um abração da Mary p/ vc!
Olá, Sissy!
ResponderExcluirMas não é????
Homens q pedem p/ suas mulheres pararem de trabalhar após o casamento,em muitos casos, são egoístas (não são todos, mas muitos são, já q querem tratar a mulher como uma espécie de "bibelô").
Uma das maiores tristezas p/ todo ser humano é sentir-se inútil e, infelizmente, como vc disse muito bem, os casamentos ruins acabam dando esse sentimento na mulher, mais q os filhos saindo de casa p/ viverem suas vidas...
Obrigada por ter vindo!
Bjs,
Mary.
Um artigo que foca uma realidade ainda muito actual.
ResponderExcluirMas penso que não é só um sindroma de ninho vazio, como há um sindroma de não se ter o ninho.
O facto é que a sociedade vê as mulheres que não se casam e constituem familia como falhadas, estranhas, pouco femeninas, tendo algo de errado com elas.
Se a sociedade castiga, é normal as mulheres ainda procurarem parte da sua realização no matrimónio, administração do lar e filhos, sendo avaliadas pelo seu desempenho.
Triste, mas a realidade !
Todos que comentaram tem razão. E sabe de uma coisa? O que ajuda muito a mulher hoje em dia, é a comunicação : revistas, jornais, programas inteligentes de entrevistas, enfim, até a maravilhosa arte de blogar, contribuem para unir as mulheres, para não deixá-las isladas como ficávamos antes.
ResponderExcluirComo eu digo, maravilha este Dr. Blog, não é à toa que estou me apaixonando por ele (hehehe).
abraço, Vera.