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domingo, 16 de julho de 2023

Rosane Svartman: A "Pupila" de Ivani Ribeiro

"Ninguém é insubstituível", diz a máxima popular.

E eu aqui, sentada na minha "zona de conforto", posso até concordar em muitos aspectos, desde que no parágrafo onde ocorreu a afirmação, não esteja o nome de Ivani Ribeiro. Pois Ivani, sem nenhum risco de errar, é INSUBSTITUÍVEL.

Sua trajetória, como autora de novelas,  é inegavelmente irretocável; suas obras são eternas e atemporais.

Entretanto, como pessoa que tenta ser justa - tento, não sei se consigo! - devo sair desse refúgio doce e aprazível da contente contínua,  por não precisar ter outras fontes de inspiração folhetinesca (tenho Ivani, isso já me basta!) , derrapo  nas voltas que a vida proporciona, e eis que ali na esquina, de maneira sutil e dadivosa, surge uma autora que, se não é igual a Ivani (ninguém é!), chega perto e com louvor. 

Seu nome? Rosane Svartman.

"Mas... Mary, o que essa moça com nome de gringa,  tem a ver com a nossa brasileiríssima Ivani Ribeiro?", alguns irão me perguntar.

Pois saibam todos que essa "gringa" é realmente gringa: nasceu nos Estados Unidos. Mas a alma... Ah, meus amigos, é de brasileira raiz! (Veio para o Brasil com seus poucos 4 anos)

Seus folhetins - meu Deus, que maravilha! - são uma ode à brasilidade, à cultura, ao pensamento lógico, às artes, à vida! Um brinde ao que há de mais puro bom gosto.

Alguma semelhança com a Maga Ivani? Sim, e muitas.

A preocupação de Rosane, qual a nossa amada de São Vicente, é com a humanização dos personagens, aqueles sujeitos, absurdamente erráticos, mas do bem, e que entre acertos e erros, nos apaixonamos e eles entram para o universo da "infinitude"..

Confesso ter olhado com "maus olhos" Rosane, quando soube que escrevia roteiro para a Malhação. E observei sua novela Totalmente Demais com ponderação bissexta (assisti a pouquíssimos capítulos). 
Só que a americana- brasileira-raiz é sagaz suficientemente para deixar-se perpetrar pelas inspirações a la Ivani, ao partir para a obviedade da cultura certa, escrevendo a que considero sua obra -prima: a novela Bom Sucesso

.E qual seria a tal obviedade? Bom Sucesso fala de livros. 

Claro que me ganhou. Claro que ganhou muita gente. Claro que entraria para a história!

Uma das poucas novelas das 19h a receber tantas indicações nos Melhores do Ano, com direito a escolha de um dos personagens marcantes do ano, o fabuloso Alberto Prado Monteiro, defendido por um Antônio Fagundes "em casa": ele adora ler.

A "pupila" Rosane não cansa de nos agraciar com seu jogo delicioso de surpreender.

Quando anunciaram Vai Na Fé, pensei: "Isso não pode dar certo! Mexe com religião, as pessoas não toleram..."

Mas 'tá.

A autora americana-brasileira-raiz é inteligente demais para cair na esparrela do lugar-comum, do estereótipo do evangélico fanático, quando não abre  a mente para o mundo. Sol (magnificamente interpretada por Sheron Menezzes) , sua  protagonista, é mais que uma simples religiosa: ela  é uma mulher com sonhos e angústias de seres humanos comuns.

Um "Viva!" á arte de estar "zanzando" pelo Planeta;  a briga eterna do existir. Tudo é espontaneamente mágico, porque viver é assim mesmo, aquela busca de se ter ou procurar o que não está ao alcance.

Que novela, que obra espetacular!

A querida "gringa" não é pupila de Ivani verdadeiramente. Apelei para o recurso das aspas exatamente por ter quase certeza que as duas não se conheceram. 

No entanto, a grandeza e sinceridade através das quais Rosane se faz valer,  são tão aproximadas da Maga da Teledramaturgia, que nos nossos ataques de fanfic, podemos delirar vendo a cena da "gringa" pegando uns "nortes" com a Mestra.

Maravilha as duas jogando aquele "bolão" dramatúrgico, e nos rendendo momentos memoráveis!

Rosane brinca galhardamente com nós, fãs de Ivani.

Fez algumas menções honrosas em Vai Na Fé, com cenas de Jô e Fábio de A Gata Comeu, na pele de Wilma Campos (personagem de Renta Sorrah), trazendo para o nosso deleite, as cenas românticas do casal protagonista.

Aliás, Wilma é um outro capítulo nessa grande novela.

São dela as falas mais cultas, trazendo ao conhecimento  do grande público, clássicos indubitáveis do teatro e literatura universal.  Preocupação, a mesma de Ivani, de levar arte e entretenimento no mesmo quadrado comunicativo.

No caso de Wilma, o apelo à metalinguagem é fascinante! A personagem desbarata sem dó os bastidores das produções folhetinescas, uma espécie de deboche com a algo que é tão idolatrado por todos, a saber, a fama, o poder e o dinheiro que a indústria da comunicação permite.

Assim como a Mestra, a americana-brasileira-raiz também está sendo sondada para migrar para o horário das 21h. Pasmem: qual Ivani, não quer. Acha que sua linguagem - por que não liberdade? - é mais adequada para os horários mais cedo, onde pode carregar no bom humor, e tratar de problemas sociais com certo ar de leveza.

Bem, eu poderia falar por horas a respeito das muitas semelhanças de Rosane em relação ao trabalho de Ivani. Mas não o farei.

Lancei a sede da curiosidade. "Será que Mary está certa?", é o que almejo que se questionem.

Comparem os trabalhos de Rosane com os da Maga, mas sem conceito mesquinho de competividade. 

Comparem com o coração liberto, para perceberem que seres incríveis quais Ivani Ribeiro, deixam aprendizes, mesmo sem saberem.

Rosane é muito boa. Gosto muito de suas obras.

Não temam elogiar outros autores de novela, por amarem, como eu, muito os  trabalhos de nossa Maga infinita.  Não se sintam "culpados".

Tenho certeza que Ivani, com seu coração de extrema grandeza, está aplaudindo pessoas que deem  continuidade ao seu legado.

E, sim, IVANI É INSUBSTITUÍVEL!...



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