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segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ideologia dos desenhos animados - As Meninas Super Poderosas e O Máskara

Dando continuidade à série Ideologia dos desenhos animados iniciada na semana passada, o meu enfoque no post de hoje é relativo aos desenhos As Meninas Super Poderosas e O Máskara.
Esses desenhos são muito realísticos, e dão um tom totalmente oposto aos estereótipos e ideologias típicas de desenhos animados voltados para o público infantil.
AS MENINAS SUPER PODEROSAS
O que se pode dizer de três garotinhas com olhos enormes, com lacinhos na cabeça e que combinam com a cor dos cabelos e olhos?
Tudo!
Aquelas meninas são realmente poderosas!
Entre os seus poderes mais marcantes estão o de trazerem à tona temas controversos e ao mesmo tempo comuns de nossa sociedade.
Eu as descobri já adulta, mas não custei a ver a ideologia embutida no formato bem moderno!
Assisti a vários episódios ( talvez todos, não posso afirmar) e garanto a vocês que aquelas bonecas e irmãs Docinho, Florzinha e Lindinha nos ensinam e muito!
Vamos lá para os temas que já vi que podem passar desapercebidos a olhos não atentos:
a luta por igualdade da mulher,
a hipocrisia e a sacanagem de nossos políticos,
a preservação do meio-ambiente,
o amor aos animais,
o conceito idiota de "herói",
o incentivo à saúde do corpo e da mente,
o lado selvagem que um ser humano pode ter,
a falsa ideologia dos programas infantis querendo "idiotizar" nossas crianças,
as aparências que muitas vezes enganam,
e tantos e tantos outros temas!
Fico boba ao perceber o desbaratamento que fazem com a imagem do político em nossa sociedade "evoluída", mostrando uma cidade - a fictícia Townsville - com um prefeito imbecil e histriônico, cuja preocupação maior é comer picles(!), pouco esquentando se a cidade vai explodir, desde que sobre aquele potinho com a conserva!
O cara é tão "menor" que não puseram nem nome: é chamado de "Sr. Prefeito" por todos!
As Meninas Super Poderosas se dividem entre serem crianças, heroínas, "filhas" do Professor Utônio, dar bons exemplos para a cidade e ao mesmo tempo não ultrapassarem o próprio limite que a personalidade de cada uma lhes permite ( Exemplos: Docinho é muito briguenta, Lindinha, melosa demais e Florzinha, mandona).
Sem brincadeira nenhuma, até aula de filosofia um dos episódios nos mostrou!
Como se diz na gíria: "Irado!"
Um episódio de grande relevância dessas meninas é o que trata da igualdade da mulher, onde uma vilã enrolava as pequeninas por conta do seu gênero ser feminino qual o delas. Maravilhoso o desenrolar deste episódio!
Outro bem destacado em minha mente , trata-se dos perigos dos raios ultravioleta, em que até mesmo as garotas, que são poderosas, tiveram sua saúde da pele comprometida. Verdadeiro alerta para o problema da camada de ozônio que andamos detonando com a nossa mesquinhez e ambição!

O MÁSKARA
Anexei O Máskara a esse post porque os temas deste são bem semelhantes àquele, portanto, está aqui por afinidade.
Entre muitas caretas, língua de fora e puxação de cuecas do Tenente Kellaway, o personagem Máskara mostra toda a demagogia da sociedade em que estamos inseridos, infelizmente, mostrando o mundo dos "anormais", desbravando o "outro lado" de nossa psique.
Pois é.
Notem que Stanley Ipkiss é um cara tímido e espezinhado, mas quando usa a máscara de madeira, consegue fazer tudo o que queria e é visto como um "fora-da-lei".
Que paradoxo!
A máscara não esconde quem ele é de fato!
Já pararam para pensar no quanto nos exigem uma cortina de ideias para sermos o que os outros querem?
Clarice Lispector já escrevia sobre isso no seu Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres ( tema do meu TCC), onde a personagem se mascarava com a pintura para ter coragem ( mas não vou aprofundar muito nisso aqui...)
Vejam bem a ideologia.
É visto como "errado" aquele que fala e faz o que pensa! Dá para entender isso?
Através do Máskara, Stanley revela segredos, faz balbúrdia estrepitosa na casa de show Coco Bongo, come muito, e ainda sobra tempo para dar uma salvada na população em perigo iminente.
O 'cara-verde' não é bonzinho.
Poderia ser chamado até de "anti-herói".
Mas eu gosto da veracidade que ele imprime nos gestos nobres, cujas motivações para o bem não têm apelo melodramático, embora real. ( Exemplo: ele pode salvar uma pessoa de ser arremessada de um prédio porque esta algum dia já lhe disse que dançava bem. Quem de nós não gosta de um elogio, ahn?)
Um dos episódios que ficou claro que o criador do desenho tem vínculo com a realidade, tratava do modo como o personagem-título chegou à presidência!
"Que demais!", como diria ele próprio.
Chegou lá porque sabia dar boas festas, animava os bastidores da política, e não manjava nada de plataforma , juízo de valores, como melhorar a Economia, nada disso, e o presidente eleito pelo povo (cujo nome era fictício) caía na farra , jogando golfe ou tênis.
Como ele perdeu o cargo, o nosso "verdinho"?
Porque simplesmente não soube esconder a propina gorda de US$ 1.000.000, 00 que recebeu!
Gente, o desenho mostrou isso mesmo! É sério! Um fato realíssimooooooooo do que acontece!
Tanto é real, que os diálogos são de deixar-nos boquiabertos:
PRESIDENTE: - Por que você aceitou o dinheiro?
MÁSKARA : - Mas não é o que vocês políticos todos fazem?
PRESIDENTE: - Sim, mas não é para todo mundo saber...
Quer dizer, com isso o nosso "herói" teve que renunciar já que o errado é a máxima do "jeitinho" que tanto conhecemos: "Errado não é roubar. É roubar e não poder carregar".
Pelo o que estamos percebendo, a ideologia dos desenhos arremata-nos à uma visão mais crítica e menos passiva diante das injustiças, tendo mais consciência que esses bonecos saltitantes têm muito a dizer!
Pararei por aqui pois não quero me estender muito.
No próximo post, falarei sobre o desenho...
Não vou falar! Quero que fiquem curiosos! hahahaha


Perguntinha: Do desenho de As Meninas Super Poderosas , eu gosto mais da Docinho, e de O Máskara, do cachorrinho Milo ( apesar de gostar muito também do Doyle, ajudante do Tenente Kellaway). E para vocês, quem são?
(Imagens:


6 comentários:

Anônimo disse...

eita vc parece o marilyn manson filosofando sobre desenhos animados ele analisa isso tbm veja algumas entrevistas dele.

Mary Miranda disse...

Olá, FRX!
Mas vc leva a sério alguma coisa q aquele cara fala? rsrsrs
O cara é estranhão, não sou chegada àquelas maluquices dele, não!
Nunca soube dele "filosofando" sobre desenhos.Como diria o vilão Pretorius, de "O Máskara": "Nota mental: pesquisar sobre Marilyn Manson!" rsrsrs
Bjs,
Mary.

Daniel disse...

Olá Mary!
Acho fascinante sua iniciativa de investigar a fundo as ideologias do desenho animado, pois a maioria das pessoas não se dá conta do quanto somos influenciados por ele. Tenho também refletido sobre o assunto e gostaria de saber o que você teria a nos dizer a respeito de um dos meus favoritos: o Chapolin Colorado.

Mary Miranda disse...

Oi, Daniel, tudo bem?
Primeiramente o meu obrigada pelo comentário gentil e elogioso!
Agora, sobre o assunto em si, eu sempre fui muito crítica(desde criança), então sempre me incomodava certas passagens em desenhos, filmes, novelas, seriados, que nós sabemos serem tendenciosas, isto é, querem transmitir ideologias ocultas ao bel- prazer dos produtores e afins (claro q há mensagens boas também nas ideologias, como no caso do desenho "Caverna do Dragão").
Sou sincera: não gosto nem de "Chaves", nem de "Chapolim Colorado".
Mas se serve de consolo, o "Chapolim" tem mais a ver c/ princípios q aprecio, como o escracho c/ o heroísmo arcaico, mostrando q qualquer um de nós pode ser um "herói" (alguma semelhança c/ "Forrest Gump"?)
Parece-me q vc andou lendo meus pensamentos pois tenho pensado en desbaratar o "Chaves" e subjacentes.
Aguarde, pois a qualquer momento posso cismar de escrever sobre essa temática.
Não fique preocupado: dificilmente arraso obras alheias; só gosto de botar a galera p/ pensar! rsrsrs
Mais uma vez o meu obrigada e espero contar c/ sua participação em posts futuros!
Abração,
Mary. :-)

Anônimo disse...

Docinho(Buttercup) é a polêmica anti-heroína de As Meninas SuperPoderosas que gosta de uma boa briga. Sua maior rival não é Lindinha(Bubbles) e sim a líder do grupo, Florzinha(Blosssom).

Mary Miranda disse...

Olá!!!!

Interessante mesmo a Docinho, a equivalente ao nosso Macunaíma, um anti-herói que passa longe de qualquer referência ao politicamente correto!...
Docinho não gosta de tomar banho, adora bater, "zoar" as irmãs, só vive de cara amarrada e por ela seus inimigos seriam todos mortos à porrada! rsrs
A maior rival é Florzinha porque LIndinha só faz chorar...

Um abraço!
Esplêndido comentário!!!!

Mary:)

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