PARA QUEM AMA GATOS

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domingo, 16 de janeiro de 2011

Atemporal


Pedaço de sonho no meu breu de imagens.
A esperança vestida de paz entardecida no meu olhar.
Esperar o que me vem, não parece tão louvável, quando se quer muito o que traz o infinito, a imensidão de estrelas vivas que me fazem surtir algum efeito...
Vou em frente porque é certo não sabermos querer!
Se o passo que dou é para me arrepender, outro turno eu tomo!
Falar de disparate quando se é falho?
Opto pela ignorância dos que ainda não vieram...
Peco porque sou gente, erro porque sou incapaz de reconhecer os meus erros, descaso dos meus impropérios abomináveis, mais que aquele Homem das Neves!
Ser um caminhante humano não é mais que isso, indução ao desacerto porque não há exemplo anterior!
Droga de ensaio eterno e 'ao vivo', ensaio aberto, numa peça, peça de teatro, palco-sobrevivência, desmérito de quem ainda não entendeu o jogo...
Meu desconserto é não me colocar na pele alheia, é não entender o que passa em mentes inóspitas, é não prosseguir na lei bastarda de que me faço 'melhor', se eu ignoro o semelhante...
Droga! Mantenho minha dignidade, mas perco!
Não sou ignorante, mas perco!
Sou inteligente, mas perco...
Meu tempo-espaço-tempo me força à uma humildade que não disponho, tola parca gargalhante porque venci!
Nesse palco vida-tempo não tem bis, não tem retorno, já que dispomos de um só momento, ÚNICO para reagirmos contra o erro...
Ah, bilionésimo de segundo ridículo que não calou minha boca faladeira e não me impediu blasfemar!
Por que, joça de boca faladeira, não resignou-se ao silêncio, aquele do "Em boca fechada, não entra mosca?"
O ato comunicativo, mesmo estilhaçado em mínimos pedaços, pode causar estrago...
Se digo o que não quero, aquele bilionésimo de segundo me trai, me destrói, me corrompe, na miserabilidade hipócrita de 'Palavra de rei, não volta atrás!"
Sua Majestade, troque de opinião, seja humilde o suficiente para dizer que não soube se conduzir verbalmente!...
Eu minto, ah, minto, toda vez que mantenho a palavra!
Ah, me engane e diga que o que eu achava há dez anos, ainda percurte na mente como algo verossímel!
Ah, me engane e diga que o que eu sentia diante da idade adulta era o mesmo de quando eu tinha 5 anos de idade!...
Se mantivermos nossa palavra -Palavra de rei, não volta atrás- somos tão mesquinhos que qualquer chance de evolução se faz impossibilitada de acontecer!
Manchetes nos jornais mudam, taxa de glicose alta muda, tecnologia muda, até o conceito do que é prosperar muda!
Por que não as palavras????
Que manuseio, hein, que faz você do acerto em dizer sempre a VERDADE?!
A minha verdade é a sua, é a minha mesma ou será que eu não sei como conduzir os meus méritos?
Jogo no chão minha "realeza" e me abstenho de votar!
Admito:
'SÓ SEI QUE NADA SEI!', o recorrente Sócrates nos seus momentos de não-celebridade...
Não sei o que pensar!
Não sei o que dizer...
SÓ SEI QUE NADA SEI!
Realezas das patavinas, esses 'Reis' da Inglaterra, de Voz, de Música e de Futebol...
Haha, façam-me rir!
Duvido que as suas palavrinhas 'reais' já não tomaram outro curso várias e várias vezes...
Sou imperiosa quando tenho certeza!
Ou calada para 'não entrarem as moscas'.
Aqueles que não me tomam por mentirosa, também não me gostam!
Minha sinceridade é mal recebida...
(Esses 'ataques' de majestade ainda vão me arruinar, Reino caído, espatifado em terras desconhecidas!)
Ô, Vaquinha de Presépio, ainda tem um lugarzinho aí pra mim?
Desisti de ser Rainha, e aceito o balançar monótono e 'concordino' de cabeça incansável!
'Tudo muda o tempo todo no mundo', sr. Lulu Santos, que não é santo, graças a Deus, é aquele contraditório delicioso que vira o time, a casaca, as ideias, as palavras, 'na boa'!
Se tudo muda, por que não podemos mudar de opinião?
Disse que gostava de pimenta calabresa e agora não a degusto porque me faz mal, então sou contraditória?
Gente, arremessem as flexões verbais do pretérito no saco de lixo!
Ninguém pode mudar de opinião, logo, a vivência será uma eternidade de 'hojes'...
Não se pode reclamar da monotonia; enfadonho que a folha caiu do mesmo jeito antes da meia-noite?
Piadinha sem graça, não se troca de ideia nunca! Deixemos as folhas curtirem a embriaguez de tortura contínua também!
Não quero ministrar aula de etiqueta urbana prosaica!
É sublime oferecer a face a quem nos feriu anteriormente!
Aqueles que feriram esquecem; os que receberam o tapa, amargam o infortúnio...
A dimensão de dor que alguém causa a outrem nunca deve ser medida pelo algoz causador!
Ele nunca acha que doeu tanto assim...
Todo mundo considera 'mágoa branca' aquela desferida ao seu próximo!
Não indiquei um amigo para um concurso que lhe proporcionaria vantagens?
O que que tem?
Ai, esqueci, ele vai entender!...
Não lembrei que um amigo tem uma data em seu calendário que o deixa contente?
Não tem problema, invento desculpinha insossa e idiotinha e o doce amigo irá entender!...
'Palavra de rei, não volta atrás', nem mesmo quando se é para se fazer meritório aos olhos do ofendido!
Mantenho minha realeza, e continuo na demagogia amigável!
Minha lista cheia de números, de conceituações parvas, de amigos-não-amigos, que formam fila 'num crepúsculo cinzento, não conhecendo nem a vitória nem a derrota...'(Theodore Roosevelt)
Eu estou aqui para isso?
Para me tornar número quando sou letra????
Para não pôr palavra unida à outra e formar divagações?
Para ser embuste de lista, estatística, estilística, calculista de podridão de mares ondulantes de pústulas sociais que me arrefecem o bem-viver????
NÃÃÃÃÃÃÃAO!!!!
Eu volto atrás no que idealizo!
Oh, venham imperfeições humanas!
Oi, Mundo, eu sou humana...
Cálidas mãos minhas me enchem de júbilo transitório apertando-se acima da cabeça quando meu time faz gol!
Frias mãos minhas caem desoladas quando meu time recebe o gol...
Mudo de ideia quando o momento surge; palidez de mistério, o grande mistério das noites turbulentas onde o mote é assistir filme sobre andorinhas...
O ato da comunicação deve servir apenas para o que foi concedido através dos cinco sentidos que se fazem funcionais: transmitir ideias.
E se as ideias mudam, as palavras devem acompanhar!
Não permitamos deixar no campo imaginário o que pensamos...
Existem tantos termos eufêmicos (tá, podemos aliviar os ouvidos alheios) para endignarmos sem ofender!
Que façamos o uso da comunicação como indutora de ideias!
Comunicação para sermos notados, sermos nós mesmos.
E que a palavra, sendo de PESSOA, que volte atrás toda vez que se fizer necessário...

(Imagem:
http://ciaatemporal.blogspot.com/2009/04/o-teatro-na-cia.html)

10 comentários:

Jackie Freitas disse...

Oi minha linda e querida escritora amiga!
Maravilhoso esse seu texto poético e de desabafo... As palavras podem e devem construir, amiga. E com elas fazermos nosso reino de glórias ou inglórias...cabe a cada um escolher o material que vai construir a sua obra.
Adorei essa passagem:
"...Meu tempo-espaço-tempo me força à uma humildade que não disponho, tola parca gargalhante porque venci!
Nesse palco vida-tempo não tem bis, não tem retorno, já que dispomos de um só momneto, ÚNICO para reagirmos contra o erro...".
Você se supera a cada escrita!
Parabéns com muito louvor!
Grande beijo, minha linda!
Jackie

Mary Miranda disse...

Olá, Jackie, Fênix amiga e querida!

É como imaginei mesmo, ao escrever, que palavras, sendo construtivas, para a melhoria do ser, podem voltar atrás...
Acho que devemos dar fim a esse orgulho besta de que "Falei, tá falado!"
Podemos ajudar, aprimorar, aperfeiçoar através de nossa comunicação!
Retomar certos valores, rever conceitos, sei lá, tentar melhorar, né?
Receber um elogio seu, minha querida amiga, que sempre vai certeira tanto escrevendo seus textos quanto comentando, é uma honra!

Te adoro e estou muiiiiiiiiiiiito feliz que esteja aqui comigo nesse post!
Beijos,
Mary:)

Anônimo disse...

Olááá minha bela Musa da Escrita !!!

Seu texto saiu como palavras guardadas em meu coração e uma reflexão que mantinha escondida pelo orgulho de ser eu mesma !! Ahh que alívio, minha flor, saber que alguém descreve o meu receio infundado de voltar atrás na palavra dita, simplesmente por causa de um ego de vidro, que pode se estilhaçar sozinho a qualquer momento e se esconde numa armadura ameaçadora defendendo que idéias são imutáveis, só para manter sua fama de Dono da Verdade, de Firme em seus propósitos...
Obrigada pro me libertar desta contradição e deixar meu coração livre para decidir hoje que já não penso mais como ontem e que me arrepender não é vergonha e sim orgulho de reconhecer que posso ter errado ou acertado, quem sabe !!
Lindo amiga, emocionante e veio como uma luva para meu dia de hoje !!
Mil beijos da sua fã !!

Principe Encantado disse...

Muitos estão fadados a uma vida medíocre, pois não buscam os materiais certos, usam genéricos e na vida só é válido os originais, ai vem as desilusões e frustrações e bum, tudo por agua abaixo.
Adorei seu texto.
Abraços forte

Mary Miranda disse...

Olá, Menina Sorriso, minha querida Samzíssima do coração!


Às duras penas, amiga, vamos aprendendo esse jogo chamado VIVER!
Foi com muito custo que cheguei a essa conclusão, de que não somos menores que ninguém porque voltamos atrás em nossas ideias, em nossas palavras!
Ninguém perde a sua "realeza" porque mudou de opinião!
As coisas se transformam e, sendo elas para ajudar, melhorar, acho válido qualquer mudança...
Já fui ' Rainha', querida, daquelas que não voltavam atrás de modo algum nas palavras!
E o que ganhei com isso?
Um rastro de dor naqueles que magoei e não tive a honradez de perdir-lhes perdão...
Adoro ser 'plebéia' , bem humilde mesmo, falando o que penso, estando errada, voltando o que quis dizer sem problema algum!
Isso não é ser contraditório: é ser GENTE!
Puxa, minha linda, maravilhoso ter te passado alguma mensagem construtiva para esse dia!

Obrigada por mais esse momento compartilhado comigo!

Beijos dessa também fã sua!
Mary :)

Mary Miranda disse...

Príncipe querido!

Concordo, amigo!
Ainda que se corra um tremendo risco de errarmos, falharmos em nossos intentos, temos que ser nós mesmos, e não nos deixar abater por isso ou aquilo!
'Palavra de rei volta atrás', e como!

Abração da Mary pra você! :)

Lari Bohnenberger disse...

Mary, querida, tem um selinho pra você lá no meu blog. Sinta-se a vontade para passar por lá e pegá-lo pra você!

Super beijo!

CLAUDIA disse...

Querida Mary!
Você é musa e sempre será.
Maravilhoso seu texto,acho que li umas cem vezes,e espero ter aprendido alguma lição com ele,sinceramente.
Tenho aprendido tanto com tudo.
Obrigado por mais essa lição querida.
Bjos em seu coração com cheirinho de Jasmin.

Mary Miranda disse...

Oi, Larissa, tudo bom?

Valeu, minha amiga, o carinho e a lembrança!
Vou, sim, buscá-lo!
Esses selinhos são sempre bem-vindos!!!!

Beijos,
Mary:

Mary Miranda disse...

Oi, querida Cacau, tão doce feito o chocolate!

Confesso que sentia falta do seu 'cheirinho de jasmim', minha querida amiga!
Satisfação imensa a minha saber que posso transmitir algo de edificante a alguém, eu que sou apenas uma caminhante humana e com tantas falhas...
Espero, com muita vontade em meu coração, que tudo esteja bem com você!
Estamos todos aqui aprendendo, minha amiga, certos tropeços, infelizmente, ocorrem na vida de qualquer um.
'Vivendo e aprendendo a jogar', como diz aquela música do Guilherme Arantes, que a Elis Regina cantava tão magnificamente!
Obrigada por ter vindo!

Um grande beijo pra você!
Mary:)

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