Quando se trata de música, dá-se a impressão que já foi feito de tudo: desde gêneros, até programas, passando por estratégias de marketing e outros blá-blá-blá.
A cada nova onda que surge, pensamos: "Mais uma bobeira para vender a rodo... Eu que não embarco nessa!" Mas embarcamos, sim. Quem não se pega cantando involuntariamente ou mencionando algo que esteja nas paradas de sucesso? É da vida. Faz parte...
Sobre programas musicais em particular, sempre achei muito difícil alguém ter muita criatividade para inventar algo diferente, que não fosse apenas um desfile de músicas. Eis que uma TV holandesa consegue: traz ao mundo o The Voice que, em cada país, recebe um nome mais específico.
"Para a nossa alegria" (aí onda que veio e tem ficado por mais tempo que eu esperava!), a nossa terra brasilis captou a mensagem e o adaptou para cá, há dois anos, mais precisamente no dia 23 de setembro de 2012.
Temos assim com orgulho, o The Voice Brasil, transmitido pela Globo por temporadas (a terceira começa nesta quinta-feira), tendo como técnicos Lulu Santos (meu ídolo artístico desde sempre), Carlinhos Brown (que curto muito por suas aparições inteligentes e divertidas), Daniel e Cláudia Leite (que aprendi a respeitar).
Seria "Apenas mais um de música" (parafraseando o supracitado Lulu) se o enfoque principal do programa não fosse a emoção. Não podemos disfarçar: gostamos de sentir aquele frio na barriga juntamente com os participantes quando a cadeira gira ( ou não)!
E é voz, gente, e é candidato que conta a sua história, e é público que chora, e são técnicos - eu disse TÉCNICOS! - que choram...
Aquele anonimato causado por uma cadeira "mal educada" (ela dá as costas para o participante), poderia tirar o brilho do programa. Não o faz, porém. Pois é exatamente o não ver a face, que faz a graça da escolha. Sem opção, os técnicos só têm que se deixar levar pelo o que ouvem, e essa de "apenas" ouvir, explode na alma o que as vistas não capturam. Ela, a emoção, chama a todos à realidade, nos relembrando (esquecemos, às vezes) de que os órgãos do sentido para se apreciar música são os ouvidos, e não os olhos...
The Voice Brasil é o melhor reality musical, na minha opinião, sem desprezar os outros programas de foco semelhante. É melhor em muitos aspectos, a começar, como já disse, por causa da emoção; por pessoas comuns e de diversas partes do país, poderem participar; por causa dos técnicos (que são sensíveis aos muitos talentos que ali aparecem) e também - como não lembrar? - do alto nível das músicas em si.
Incluo na lista dos ítens inesquecíveis, a oportunidade que se abre para os novos compositores. Muita gente que ali cantou, não passou da primeira fase, mas pôde mostrar trabalho próprio. É mais um tijolinho para a construção de sua carreira, mais uma experiência para se respaldar em seu release.
Só quem tenta algo dentro do mundo musical sabe o quão DIFÍCIL é ultrapassar a barreira do simples cantor anônimo, para o estrelato absoluto. Eu tenho tentado e posso dizer: É MUITO DIFÍCIL! (Em tempo: quem quiser conhecer melhor meus trabalhos musicais, visite o site Mary Difatto).
Toda chance que se tem para exposição de talento, deve ser muito bem aproveitada. No The Voice Brasil vemos que isso é possível.
Aqui estou na expectativa de uma nova grande temporada.
Já pensando na emoção. Sendo feliz por antecipação!...
(Imagem:
Fonte desconhecida)
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