PARA QUEM AMA GATOS

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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Se meu Fusca falasse...


Quem não tem histórias com Fusca? Só quem não vive em cidade...
Fusca é um tipo de carro "não-carro", onde ninguém se orgulha de possuir um, embora tenha pleno conhecimento que sua existência é valiosa para vivências divertidas!...
Só eu, tenho é passagens com e sobre ele, de olhos que viram ou ouvidos que captaram com a antena humana para a jocosidade!
Uma dessas situações me levam a uma tirada "de mestre" do meu tio, ao levar minha mãe e eu para o Jardim Botânico, saindo do Méier, seu bairro até então.
O "alemão popular" (Fusca vem de Volks) do irmão de mamãe era caidíssimo por dentro (volante instável, poltronas corroídas, porta-luvas sem fechamento, entre outras "subversões"), e por fora bem passível de aceitação por ser de um branco envernizado, limpo e estrondosamente elegante, como aqueles caras da boemia quando se vestem de branco e chapéu! (Alguém aí atinou para o ditado popular: "Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento"? Pois é...)
Tenho ciência que o pequeno conto a seguir está longe de ser inédito - devo tê-lo espalhado por aí umas três ou quatro vezes - só que, pego o tema carro "não-carro", como não trazer esse caso engraçado?
Trânsito do Rio, quem conhece, é uma incógnita: sexta-feira pré-feriado pode você cruzar o "Oceano Atlântico dos Automóveis" em menos de 1 hora e, de repente, é sábado sem comércio, nada para se comemorar ou fazer, e o bendito "entulho" de carros prolifera de todos os lados, e o que era para ser encerrado em meia, leva as suas duas horas...
Um sujeito estava impaciente naquele "sábado sem comércio", meu tio tateando o volante, empurra para cá, esquiva de lá, e um "Paaaaaaaaaaaaaaaaaaam!" de trás o corta, desavisando o sinal que ainda estava fechado.
Um furor subiu na cabeça do tio que, magoado pela exibição sonora do outro, que estrondou o ouvido orgulhoso por ser bom motorista, berrou alto, com o corpo para o lado de fora:
- Buzina por buzina, eu também tenho a minha!
Apertou uma, nada; duas, nada; na terceira...
O jeito era acelerar porque a buzina não quis entrar naquela briga de egos: aquietou-se, calando e consentindo... (E dá-lhe risada dentro do carro!...)
Comparo esse meu tio ao seu próprio automóvel porque ele já nos rendeu diversas situações engraçadas! (Uma delas eu contei em Rua Barão de São Félix, 119.)
Até para "marcar presença", um Fusca já me serviu!
Alguém imagina um homem, para fazer as vontades automobilísticas de sua namorada, carregá-la no pequeno carro popular?
Quando eu conheci um certo rapaz judeu, ele tinha acabado de vender dois veículos: um carro novíssimo e uma moto meio ultrapassada.
Por isso, naturalmente, o ônibus entrou no mérito da questão para passeios...
Aquilo me aborrecia um bocado por causa da coincidência infeliz, logo quando chegou a minha vez, estava o cara a pé!... (Nunca fui "maria-gasolina", foi a falta de sorte que me intrigou.)
Em conversa com meu quase sogro "Seu" Joseph, um tcheco típico (um homem sofrido, que fugiu menino ainda da Segunda Guerra Mundial), se não fossem suas "brasileirices", como torcer para o Fluminense, beber cerveja e se amarrar em novelas (Se estiver lendo isso, um abraço para o senhor, "Seu" Joseph; eu ainda tenho umas polcas gravadas e lembro do seu quadro com o entardecer da República Tcheca!), ele me conta que iria viajar para sua terra natal durante uma semana.
No próximo encontro, o que o filho dele me apronta?
Vem me pegar com o "bichinho de estimação" do "coroa", aproveitando-se de sua ausência temporária!
Passeamos por toda a orla marítima do Leme, e rodeamos o MAM na volta.
Ao chegarmos ao apartamento, minha quase sogra grita de lá do quarto:
- Está tudo bem com o carro? Vocês não sabem da última: Joseph ligou!
Nem era preciso falar mais... Sabíamos que o querido viajante para o exterior queria informações sobre o veículo! Seu amor pelo Fusquinha azul era tanto, que onde quer que estivesse, sentia quando o estavam "bulinando"...
No seu retorno, soube de imediato que alguém o tocara: meu ex-namorado pensou em tudo, menos em repor a gasolina! (Eu não ouvi nada, mas soube que o filho escutou, e muito!...)
O mais divertido caso com o popular histórico, vem de ocorrido visto, não vivido, de uns sujeitos amontoados (uns 6), numa das agitadas estradas inter-municipais de Nova Iguaçu que eu, por acaso, estava perto.
Creio que a maioria das pessoas sabe que o carrinho não aguenta muito peso e, seis pessoas com volumosas proporções corporais vão, evidentemente, comprometer o andamento do pequeno automóvel.
Aqueles senhores deviam estar "mamados" até a alma, uma orgia de uísque, cachaça, vodca, tudo disso e um pouco mais, para proporcionarem aquele espetáculo patético!
Ao perceberem que o veículo arriava andando uns poucos metros, um saltava e caminhava ao lado. Depois outro saltava e o primeiro entrava, tomando a mesma atitude.
Eu não sei por quanto tempo sustentaram aquela "brincadeira", no entanto, notei nitidamente a gargalhada de quem estava assistindo. (Pra quê programa humorístico, com divertimento gratuito ao vivo como esse?)
O que narrarei agora faz parte da chamada tragicomédia pois, se faz rir, também comove...
Dia de casamento, creio, que só quem se diverte é o convidado, já que os noivos e familiares ficam uma "pilha" ou um tambor de pólvora: um risco e a coisa explode!
Umas cinco pessoas se dirigiam para a igreja, o Fusca era um daqueles de cor verde-clara bem gracioso, o fato acontecido num bairro adjacente do Centro da minha cidade.
Alguém me contou - estou na dúvida se um ex- colega da Facul ou uma ex-colega de trabalho- que lá para as tantas o pequeno "besouro" começou a dar sinais de empacamento.
Andou muito bem até a Dutra, depois disso, nem Cristo o retirava do lugar...
Dois homens bem vestidos, ternos e trajes (era casamento, era casamento!), abriram a porta com um salto para a infelicidade: tiveram que empurrar o carrinho até pegar, sabe-se Deus quando ou onde! (A pessoa que me contou não os conhecia...)
Pior que suar e sujar a roupa, a maior "sujeira" é para a vida.
Talvez um atraso a mais, multas e contas a saírem dos bolsos já vazios pela cerimônia ( as igrejas agora não perdoam!) e quem sabe o noivo, já doido para cair fora, não desistisse de se casar?
Já descobriu o que poderia ser o infortúnio além das roupas amarrotadas e imundas?
Uma das cinco pessoas de dentro do Fusca empacador era a NOIVA!!!!
(Lição número 1, meninas: NUNCA VÃO À IGREJA DE FUSCA, SE O CASAMENTO FOR O SEU!...)
Apesar de maluquinho, não bonito, pouco confortável e nada moderno, ainda pretendo ter um Volkswagen! Do meu jeito, obviamente...
O safadinho custa caro à beça se você puser gadgets que seriam impensáveis na Grande Guerra, quando ele foi criado.
Não faz muito tempo vi o meu sonho na rua, através de uma moça que o equipou de tal maneira, que o seu preço é dos populares novinhos em folha, melhor dizendo, compra-se dois Gol's com a mesma quantia, em torno de R$ 60.000, 00.
Quero um daqueles, a la Penélope Charmosa, rosinha, e se descuidar, até salpicando pó compacto com o botão frontal de perto do volante...
Se alguém vir algum dia um carrinho desse jeito, com um MM 26 dentro de uma roda pintado na porta lateral, já sabe que sou eu.
Nada de misticismo, minha gente: o 26 é apenas a data de meu aniversário!...

E você, também tem alguma história com Fusca? Se tiver, conte para nós! Não deixe de compartilhar uma risada!...

(Imagem:
http://www.blogs.estadao.com.br

Edição de imagem:
http://marymiranda-fatosdefato.blogspot.com)

8 comentários:

Lari Bohnenberger disse...

Ahahahahahahahahaaahahahahahaahahahah! Ai, Mary, tô rindo muito aqui das suas histórias. Eu não tenho nada pra contar de fusca... pelo menos não que eu me lembre. Sei que meus pais tiveram um bem raladinho, mas eu era muito pequena e não me lembro dele.

Mas eu estava me perguntando uma coisa... Será que sou só eu que acho fusquinha charmoso? Tá, é uma carroça, mas é tão fofo... Uma pintura bem bonita, um som e um ar condicionado, tá valendo! Hehehehehehe!

Adorei os 'causos de fusca', Mary!

Bjs!

Luís Eduardo Pirollo disse...

Olá minha querida amiga Mary, boa noite!!!
Minha amiga, belas histórias com esse maravilhoso personagem que é o Fusca, quem não tem uma bela história pra contar... Bom, aprendi a dirigir em um Fusca, tive vários, até um bem novinho da era Itamar, todo vermelho, bem tomate e interior bem preto, tinha outros carros, mais esse era o xodó. Minha amiga, adorei conhecer essas sua histórias sobre o Fusca, principalmente a do seu tio... vou ficar torcendo para que você arrume um bem ao seu estilo. Tenha uma linda e abençoada noite e uma maravilhosa sexta-feira. Beijão e muita paz!!!

Mary Miranda disse...

Lari, o Fusquinha sempre dá o que falar, né? kkkkkkkkkkkkkk

Você disse que não tinha história para contar, mas o "caidinho" dos seus pais já é a história! (Não adianta: todo mundo tem ligação direta ou indireta com aquele "besouro"... rsrsrs)
Charmosinho ele é, só não acho bonito...
E ainda vou, se Deus permitir, ter um bem rosinha, equipado e moderno (falta de conforto não é comigo!...), daqueles de "parar o trânsito"! (Por ser bonito, não pela lerdeza! rsrs)

Beijos!
Legal que curtiu meus contos "fusquísticos"! rs

Mary:)

Mary Miranda disse...

Du, meu querido!

Dizem que a melhor maneira de aprender a dirigir de forma completa, é no Fusca porque, quando se consegue dominar aquela "máquina", é sinal que você pode dominar qualquer outra!... kkkkkkkkk
Então você já teve um "flamenguista"... Já vi um desses ao vivo e achei uma graça de carrinho!!!!
A história do meu tio é antológica na família, e virou metáfora para quando algo dá errado. Alguém daqui sempre diz: "Buzina por buzina..."
Tomara, Du, Deus te ouça!
Eu com meu Fusquinha equipado, ninguém me segura!... hehehehe

Obrigada pela vinda!!!

Um forte abraço da Mary pra você! :)

Anônimo disse...

Moça Bonita.
Histórias sobre o carro do povo tenho várias.
Umas engraçadas, outras nem tanto. Talvez as mais tristes sejam o fusca de meu irmão perdido na enchente e o "fusqueta" do meu velho roubado na porta do banco.
Aliás, meu velho deveria ser garoto propaganda do fusca. Ele dizia: "Não tem carro melhor, você põe gasolina e cai no mundo. Se quebrar, qualquer padaria de beira de estrada tem peça.
Mas, a história mais surpreendente ocorreu com meu amigo Écio.
Ele deu um duro danado pra comprar um fusca Zero que foi levado "na mão grande".
Um belo dia Ele saia de uma festa, lá pelas duas e tanto, quando leva o maior susto da vida. Encontrou seu fusca estacionado numa travessa qualquer.
Não teve dúvidas. Telefonou para casa, pediu que lhe levassem a chave reserva, entrou no carro e foi embora.
O fusca ficou ainda um bom tempo com ele.
Beijão do presidente vitalício.

Valéria Braz disse...

Oi minha querida... nossa só você pra trazer estas lembranças!
Amiga eu tive três fusquinhas e muitas histórias pra contar!
o primeiro deles foi um fusquinha azul... um azul calcinha que a gente chamava de trovão azul....hehehehehehe
Eu e minha irmã aprendemos a dirigir nele e sempre que lembro de fuscas lembro de uma passagem deste aprendizado da minha irmã!
Quem estava ensinando a gente a dirigir era meu noivo, eu já havia aprendido e ele resolveu ensinar minha irmã também... Fomos ao pátio de uma churrascaria que era bem grande, chão de brita e vazio, exceto por dois vasos de brita enormes colocados a uma distância excelente para se aprender a fazer manobras. Era este o objetivo. Eu estava fora do corro apenas vendo as lições....hehehehe
Certa hora minha irmã pergunta o que aconteceria se ela acelerasse e freasse bruscamente. Bom até, pergunta cabível... o problema veio na resposta do meu noivo -Você quer tentar pra ver??????? E ela aceitou.
Pois bem, aceleram o trovão azul e frearam... o pobrezinho estancou nas quatro rodas, mas devido a brita foi deslizando rapidinho em direção a um dos vazos.... a minha irmã no desespero tacou mão na buzina! O carro embora estivesse derrapando não teria força suficiente pra machucar ninguém na batida....
Eu fora do carro cai na gargalhada pelo situação.... e até hoje eu tiro o sarro dela toda vez que passamos por vasos de cimento!
Outro que tive foi um branquinho, que apelidei de pena branca...este foi responsável por me levar até o meu primeiro e único porre... e na volta pra casa, fomos parados pela polícia (eu não estava dirigindo, e quem dirigia era um amigo que não tinha bebido), eu em meu estado pedi o guarda em casamento, menina ele era um gato.....kkkkkkkkkkkkk. Não aconteceu nada, devido ao meu estado ele levou na brincadeira e mandou que me levassem urgente pra casa.
O terceiro foi um fusca amarelo ovo, que apelidei de tô me achando.... é que quando eu saia com ele eu me achava o máximo porque não tinha quem não entortava a cabeça pra olhar... claro que não era pra mim era pro fusca!
Nossa, foram muitas histórias com estes fuscas......
Beijo no coração

Mary Miranda disse...

Meu Canceriano Favorito, suas histórias "fusquísticas" são bem tristes...

Fiquei com dó de seu "coroa", que teve seu estimado Fusquinha roubado... (ele deve ter sofrido à beça!...) e do seu irmão ! ( Nada fácil para ele, além de vivenciar o drama de uma enchente, ainda perder seu carro...)
Acabei rindo do seu "coroa" sendo garoto-propaganda de Fusca pois todo mundo que possui um, tem um amor por esse automóvel!... rsrsrs
Aliás, ninguém chama Fusca de carro, chama de "Meu Fusquinha", pelo carinho que nutre, qual um animalzinho de estimação! rsrs
A história de seu amigo teve um final feliz, ótimo para ele, que foi um em um milhão que recuperou seu Fusca! kkkkkkkkkk

Beijos, meu querido!
Fusca sempre rende boas histórias...

Mary:)

Mary Miranda disse...

Flor Val, você é uma "fusqueira" de primeira! rsrsrsrs


Só poderia render grandes histórias, uma pessoa que já teve três Fusca's na vida!!!!
Mais uma característica marcante dentre os donos de Fusca: colocar apelidos carinhosos nele! rs
Ninguém chama Fusca de carro, mas ele é o único que tem nome e sobrenome ou, se não, codinomes divertidos!... kkkkkkkkkkkkk
A história com sua irmã foi um tanto assustadora (creio que se ela puxasse o freio de mão, o Fusquinha iria "galopar"! kkkkk Ainda bem que não aconteceu nada grave...).
A do guarda bonito - Uau! - só o Fusca pode render uma história dessas! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
E claro, Valzinha, que não foi só o carro amarelo-ovo que chamou a atençaõ, mas a dona dele! (Ô, minha amiga, você tem que se valorizar!!!! rsrs)


AMEI suas passagens, querida!
Se lembrar de mais alguma, retorne aqui e conte!
Nosso amigo Fusca merece nossas reverências!!!!! rsrsrs

Beijos,
Mary:)

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