PARA QUEM AMA GATOS

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sábado, 4 de junho de 2011

Vil metal


Meus ídolos ainda são os mesmos e as aparências não enganam, não...
E não enganam mesmo!
Faz-se fuga de valores construídos e é lei entre nós, rebentos, medir os fatores sentimento x caretice...
"É velho!" curtir um som dos pais e falar de reposição de hormônios aos 20 ou trinta...
"É careta!" não adorar a modernidade das gírias antigas.
Nossos pais, podem falar de 'paz e amor' quais hippies excêntricos, com uma risada destoada!
Não é preciso a trinca 'sexo-drogas- e-rock- and-roll' para se ser de 'tribo'...
Rebeldia é coisa de teen e "Conselho e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém" interfere no meu dinamismo de contemporânea...
Uma vez ouvi falar que os ciclos se completam quando repensamos onde parou-se; não repensei, não parei, não terminei meu ciclo!
Talvez nesses tempos vindouros, uma cria minha (Ela existirá? Terei permissão?) fale das burradas de minha idade.
E eu possa vir com os revoltantes "Meus tempos!" em plena faculdade das minhas ideias!
Pertenco à classe das aracnídeas confundidas com insetos: um escorpião e seu veneno, só que não mata feito as saúvas...
Eu tenho o péssimo hábito de arguir minha sensibilidade, focando-a para aspectos impensáveis.
Se eu fosse cinquentista, teria pensamentos cinquentistas?
Enfeitaria de saia balonê a minha cintura, usaria rabo-de-cavalo e mascaria chiclete para mostrar aos meus pais que sou rebelde?
Odeio a revolta gratuita!...
Só para enfurecer minha família, só usei short mais curto aos 17!
O que me sai de órbita eternamente é a busca das joias simbólicas, representadas em notas indefectíveis.
Trinta, quarenta, cinquenta, sessenta, setenta, oitenta, noventa... Anos 2000!
Vejo velhos-jovens, jovens-velhos, mascando comida ou goma, contando dinheiro...
"Cascalho" que sai dos bolsos ou bolsas, das calças ou camisas, de cofres, ou açambarcados da estante...
Vil metal... Ouro dos tolos!
São alunos? São.
São adultos? São.
São meninos? São.
São duvidosos? São...
Vil metal é linguagem universal!
Quebrando os corpos para a reposição de matéria: chame Vil Metal!
Para lançar banda de rock metal? Vil metal...
E se for pagode? Vil metal, oras!
Venho participar da época tardia, representando o tempo das cavernas, onde vil metal não existia.
Ninguém lutava por dinheiro, mas... engraçado! Não éramos ainda 'humanos'!...
"Só se for agora!", Jorge Perlingeiro não me deixaria mentir, se alguém convidasse alguém para levar "algum" para carregar um móvel!
Gasto meus vinténs com quinquilharias insopitáveis, embora não vejo troco saindo de dinheiro trocado!...
Está no sangue, papaguear sobre novo emprego onde que se "tira mais"!
É roda de amizade, uma súcia de empregados no maior labor, o ganho além, o da hora extra, pálidos reais, que não pagam o descanso do suco no sofá e pés pro alto...
A máquina destroçante enferrujada, sentido "adquirir" com eras que se juntam, desfazendo o velho e o novo...
Cabeças com cabelos brancos falam que a Mega Sena acumulou, vale um palpite; cabeças com cabelos não-brancos, dão os palpites...
Quanto vale um sonho?
Implacável a vitimização dos impecáveis...
Poupo meus tostões hedônicos, em sentido impassível, para que o futuro me assegure.
Sentimento assim, "toma lá, dá cá" é perda de tempo porque, se vem, vai, ciclicamente, não há cobrança para que o outro tem...
Tchauzinho; dinheiro sumiu!
Somos mais que marionetes sequiosas em separar a dimensão do nylon das mãos?
A entrada para o cinema me rendeu cinco centavos " de quebra"...
Carteirinha de estudante, de idoso, paga meia; a metade é de 10 ou 1.000?
Mas levei, estou com aquele centavinho absorto no bolso que arremeço, por "caridade", ao mendigo...
Detestamos "pratinhas", mas são ouro quando jogadas nos cofres-porquinhos!
Mata-se irmãos para que o açambarque seja bíblico; a dramatização mais tristonha aludindo Caim e Abel...
As notas de cem e cinquenta são maiores que as de vinte, só que não as conheço: dê-me as de dez, e compro uma casa!
Trocado é brilho de comércio, olhos que faiscam pelas de cinco ou vinte e cinco!
Se junto cem, sou econômica, se junto cem mil, sou doutora...
E onde está o diploma?
Comprei ali na esquina, com um cara que é também doutor!...
Se tenho vinte, sou colega, se tenho vinte mil, sou amiga de infância!
E a história de vivências em comum?
"Adquiri" em um segundo, pelo vislumbre dos cifrões que brilham no escuro!
Dá-lhe o sol-a-sol para o sustento dos pequenos, que serão um dia grandes.
Para que eles se tornem grandes, é preciso calçar-lhes não de sapatos, mas de "valores". (Ética, moral e bons costumes deixa-se para as fábulas de Esopo.)
O filho de 18 anos tem presente natalício de porte: aquele 0 km importado, que não teve em sua idade.
Quando tiver 21, surgirá um bom partido, seja o seu gênero masculino ou feminino.
Contudo, ele não estará satisfeito!
Que pais são esses que não "ralam" para ofertarem um imóvel de valor seis zeros à direita?
Os progenitores, humilhados, terão um caminho de pedregulho à frente.
Sabendo o que a infinitude ancestral lhes arquitetara.
Pais, quando são bons de verdade, no entendimento de criaturas do sangue, têm que deixar o legado de nossa miséria*: aquela fortuna causadora de querelas judiciais, para que eles, os herdeiros, possam usá-la, orgulhosamente, para comprar o nada...

* Frase final do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.


Como os nossos pais - Elis Regina

(Belchior)

Não quero lhe falar,
Meu grande amor,

Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...





Money and fame - Scorpions

( Matthias Jabs- Herman Rarebell)

(Tradução)

Você não sabe nada sobre o amor
Você se perdeu em algum lugar na linha
Você não sabe nada sobre dádiva
Você deveria dar um basta

Você continua procurando algo
Algo que nunca encontrará
Quando você mostrar seus sentimentos
Você perderá a cabeça

Quem é o culpado, meu amor?
Você joga um jogo perigoso
Quem é o culpado, meu amor?
Tudo que você quer é dinheiro e fama

Você brinca, brinca com emoções
Você precisa, precisa de um ponto de partida
Você está pronta, pronta para a sensação
Não se sinta só

Quem é o culpado, meu amor?
Você joga um jogo perigoso
Quem é o culpado, meu amor?
Tudo que você quer é dinheiro e fama








(Imagem:
http://www.upenter.com.br)

11 comentários:

Flora Pires disse...

Querida Mary!
Gostei!
Mas a Ellis!!!!!!!!!!!
Nossa! Que pena esta menina ter se perdido em depressão!
Uma interprete maravilhosa.
Obrigada querida amiga por este momento de recordação.
Um grande beijo!
Flora!

Jackie Freitas disse...

Olá minha Alteza querida!
Eu tenho pensado muito nessa "herança" deixada por nossos antepassados e naquela que estamos deixando aos nossos filhos e netos... Engraçado como algumas coisas apenas mudam a linguagem, mas seus significados continuam os mesmos! Talvez porque em nossa raiz carregamos essa forma cíclica de se viver mas, como você muito bem escreveu, não paramos para pensar onde ela começa ou termina... Adoro essa música da Elis (embora eu não seja tão fã dela assim...rsrs...coisas de rebelde que quis ir contra ao modismo...rsrs) e acho que ela transmite uma mensagem que justamente emoldura o seu belíssimo texto com perfeição!
Alteza querida, sem muitas palavras para descrever mais uma beleza poética e visceral que sai dessa sua mente brilhante!
Parabéns, mais uma vez!
Grande beijo,
Jackie

Mary Miranda disse...

Flora, amiga minha!

Elis era tão inexplicavelmente grande em sua arte (embora pequena na estatura), que até hoje é considerada a maior e ninguém contesta!
Bom saber que gostou do post!

Obrigada digo eu a você pela presença!

Beijos,
Mary:)

Mary Miranda disse...

Doce Fênix do Bem, seja bem-vinda!

Na verdade, amiga, vivemos batendo a cabeça por nada, rebeldias, protestos, o 'velho' é careta, 'antigamente' era horrível, etc.
E o que é 'velho' e o que é o 'antigamente'?
Sim, se colocarmos as coisas em pratos limpos, descobrimos que ainda fazemos o de sempre: querer ganhar dinheiro para um 'futuro melhor'...
Sai geração, entra geração, e o mesmo discurso: 'Vou 'ralar' para ganhar mais dinheiro! Meu filho merece o do bom e do melhor!...'
Inclusive o post foi inspirado na música 'Como os nossos pais', do Belchior (cantada MAGNIFICAMENTE BEM por Elis Regina, a eterna Pimentinha) que falava exatamente dos ideais de liberdade e quebra de valores arraigados que os hippies tentavam disseminar mas, que após o seu 'paz e amor', o que restou é: 'O que deixarei para meus herdeiros?'
Descobre-se, tristemente, que 'o legado de nossa miséria' é fazer fortuna para calçar-lhes aquele 'futurinho' medíocre, o longo questionamento do 'ter' para 'ser'...
E eu ainda não terminei meu ciclo porque, como disse no post, não parei pra pensar nisso, nem mudei meus conceitos.
Se eu tiver filhos, penso como os meus antecedentes: não medirei esforços para proporcionar-lhes segurança financeira... ('Tá, também lhes darei valores morais, para ressarcir a minha falta de vontade para quebrar ciclos!...)


Beijos mil, amiga!

Sempre adoro seus comentários; você sabe!...

Mary:)

Valéria Braz disse...

Oi minha Flor... demorei, mas cá estou!
Vivemos em um mundo capitalista em que pra se possuir materialmente é necessário o vil metal....
No entanto, andmos esquecendo que mesmo neste vil mundo capitalista, ainda temos algo infinitamente superior que é nosso caráter!
Brilhantemente exposto por você, a importância do deixarmos para nossos filhos aquilo que o mundo capitalista e tecnológico tenta tirar, a ética, a retidão de caráter. Não há dinheiro no mundo capaz de dar isto, e não há maior bem que se possa fazer a um outro ser do que ensinar isto!
Mas... neste mundo capitalista a presa nos faz esquecer que sem dinheiro não se vive, mas sem moral se morre todos os dias!
Beijo no coração

Mary Miranda disse...

Flor Valéria, prazer revê-la!

Começo pelo fim de seu comentário: morre-se todos os dias sem termos a noção de ética...
Nesse jogo imundo, o dinheiro é a maior herança que deixamos para os nossos sucessores, mas esquecemos que ele deveria ocorrer apenas para a nossa sobrevivência de corpos, não como mecanismo de estabelecimento de almas!
E 'minha dor é perceber', parafraseando 'Como os nossos pais', 'que apesar de termos feito tudo o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais', ou seja, ainda é lógico e 'sublime' lutarmos, feito condenados, para se ter poder econômico a mais...
Doloroso também é saber que somos pessoas de bem e não temos essa ideia capitalista por maldade: simplesmente, não conseguimos, ainda, vencer a 'máquina'...

Beijos, minha flor!
E o primão, como está?
Manda um beijo pra ele também!!!!

Mary:)

Valdeir Almeida disse...

Olá, Mary!

Creio que a ideologia das gerações passadas não vingou, não desabrochou. A razão disso, na minha opinião, é simples: utiliza-se a ideologia em vez do ideal.

Ao ler o seu post (magnífico, como sempre) lembrei-me também da música de Cazuza "Ideologia". Na canção ele fala como um garoto perde suas convicções "revolucionárias" enquanto fica adulto. E, quando já é adulto definitivamente, precisa frequentar o analista:

http://letras.terra.com.br/cazuza/43860/

Seus textos, Mary, são inspiradores.

Beijão e ótima quarta-feira.

Mary Miranda disse...

Valdeir, meu doce!

Adorei essa diferenciação que você fez de ideal para ideologia!
Muitos de nós confundimos esses vocábulos...
Talvez se os antigos hippies traçassem o ideal de maneira viável, como poderiam as coisas ocorrerem realmente, nossas vidas de 'filhotes do capitalismo' fossem diferentes!
O que os hippies queriam era uma utopia; na prática, jamais funcionaria mesmo...
Sobre 'Ideologia', do Cazuza, trabalhei a letra no Ensino Médio, quando a nossa professora de Sociologia, com enfoque filosófico, pediu-nos para que situássemos o eu-lírico do compositor (que também é o mesmo Cazuza).
Naturalmente, chegamos à conclusão que o que se quer ou se fala, não corresponde necessariamente ao que se consegue...
Sonhos não viáveis se perdem, nos forçando a 'pagar a conta do analista'!...

Comentários como esse seu, só acrescentam, querido!
Muiiiiiiiiiiiiiito obrigada, viu?

Beijos da Mary pra você! :)

Samanta disse...

Olá minha querida amiga e Musa da Escrita !!

Mais uma vez nos brindando com uma brilhante reflexão e maravilhoso texto !
Ah este vil metal que governou nossos antepassados e ainda nos governa ! Mesmo que estejamos voltados para um caminho espiritual, ele é indispensável na maioria das vezes... Sinto muito por isso... Tanto deixamos de fazer nesta luta frenética para adquirí-lo.. às vezes sinto-me perdendo algo precioso nestes momentos...
Infelizmente, acho que estamos fadados a isso, e acho difícil uma mudança...
Acredito que o que pode ser feito é lutar sim para dar aos nossos uma condição material confortável, mas nunca esquecer que junto com ela devem vir valores éticos, educação e moralidade, porque senão estaremos contribuindo para um mundo ainda mais vazio e materialista do que já é.
Quem sabe um dia, todos tenhamos a consciência de que o vil metal é algo que possuímos e não algo que nos possui, governa, escraviza e limita.
Como sempre, adorei !

Beijos e sorry pelo atraso tá :)
Bom fim de semana !!

Mary Miranda disse...

Menina Sorriso, adorei sua presença!!!!

No dia que pararmos de encarar o nosso mundo capitalista como a resposta para todas as coisas, o vil metal perderá sua força!
O que você disse é verdade, amiga, pois devemos governar o dinheiro, e não o contrário, já que somos pensantes e bons, portanto, algo que nem existe (não nos esqueçamos que 'dinheiro' é apenas simbólico) teria que ficar no campo do imaginário, usado apenas para a sobrevivência.
Sei que sou insistente com as questões sociais, mas é a área que mais me intriga...

Beijos, querida Samzíssima!
Curta bastante esse dia com o maridão guitarrista aí!
Os acordes devem estar bem 'afinados', não? rsrsrs

Mary:)

Anônimo disse...

que um maravilhoso mundo em que vivemos , eu ainda duvido que este lançador de magias como ele fez isso !
Minha boca está cheia de testemunhos , Am Jain meu marido deixou a casa por dois anos à África do Sul para um turista , ele quis dizer uma prostituta e ele foi enfeitiçar pela menina meu marido se recusam a voltar para casa de novo, eu choro dia e noite à procura para quem me ajudar , eu li um jornal de notícias sobre um poderoso lançador de magias chamado Dr. Okojie e eu em contato com o lançador de magias para me ajudar a conseguir meu amor de volta para mim e ele me pedir para não se preocupar com isso que os deuses que lutam por mim .. ele me disse que em meados de noite, quando todo o espírito está em repouso , ele vai lançar um feitiço para se reunir meu amor de volta para mim. e ele fez em menos de 3 dias o meu marido voltou para mim e começou a chorar que eu deveria para perdoá-lo , eu , estou tão feliz por que este lançador de magias fez por
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