Conto de hoje: O Mistério do Sorvete.
Da antologia IMPREVISTOS DE UMA VIAGEM COTIDIANA, de Mary Difatto.
Toda quinta-feira, uma nova publicação.
Bons "imprevistos de viagem"!
O MISTÉRIO DO SORVETE
– Quem detonou com o meu sorvete?
Era a
pergunta lançada aos gritos por Benito, ao voltar do trabalho por volta das 20
horas. Teria chegado mais cedo, se não fosse o trânsito conturbado.
Direcionou-se,
de imediato para o congelador, onde guardava o sorvete de creme de avelã, seu
favorito. Não o encontrando, ficou entre a decepção e a fúria. Até o pote
levaram. Não deixaram rastro.
Houve uma época, em que nada parava na geladeira daquela família. Os
moradores se assemelhavam a nuvem de gafanhotos que escolhia uma plantação:
devoravam tudo o que viam pela frente, que aludisse levemente a algo
comestível.
Aquele
sorvete em especial, Benito separara para ter um pouco de individualidade, ele
que era o cara imiscuído nos gostos da maioria. Tudo que comprava era para
todos; acabava sendo preterido na votação geral na escolha.
Mas ele tinha
consciência de que família grande costuma ser assim mesmo... No caso dele, era
gigante!
Dentro de casa, viviam: ele próprio, a mulher, os
cinco filhos, a mãe dele e a irmã solteira.
No mesmo quintal, uma espécie de “vila familiar”. Havia mais duas
casas, com dois irmãos casados ocupando cada qual, com suas respectivas esposas
e filhos.
Todos se sentiam no direito de “invadir” o lar alheio – sobretudo o de
Benito – e apanhar o que lhes interessasse. O alvo principal, em via de regra,
era a geladeira.
Mais por causa da mulher de Benito, que tinha dotes culinários, e
tirava certos dias para preparar iguarias que enchiam de água, as mais variadas
bocas.
Com o tempo,
tivesse ela cozinhado ou não, a geladeira parecia território livre: tudo que
ali estivesse, era consumido.
De tanto
ver o que cozinhava não parar na panela, e olhar a geladeira vendo-a vazia, a
despeito de ter feito compras recentemente, sua mulher fizera um trato com os
moradores da “vila”. Passara a vigorar uma “lei” que, somente nos dias marcados, trazendo eles ingredientes
suficientes, todo mundo poderia comer à vontade; repetir até. Nos dias
“comuns”, ninguém poderia tocar em nada naquela casa. Absolutamente nada.
Isso foi o que
deixou Benito mais louco de raiva:
–
Trato é trato, caramba! A maioria aqui é gente adulta, e sabe que não
pode mexer quando não for o dia... Ou será que foram vocês, crianças? – falou,
apontando para os três menores – Se foi um de vocês, vai me contar agora!
Duas meninas e um menino em idade
escolar, se entreolharam amedrontados, tão temerosos, que quando a maiorzinha
falou, sua voz era o próprio embargo:
–
Fui... eu... não, pai! Nem os outros! A gente... a gente tava brincando
no quarto com o videogame. A gente nem veio para a cozinha... A mamãe... a
mamãe que levou nosso lanche!... Não foi, mãe?
A mulher de
Benito confirmou:
– É, sim.
Elas não foram, com certeza! O pai de família estava revoltado:
– E os maiores, onde estão?
– Estão no curso de inglês;
você não sabe disso?
Benito
lembrou que os filhos adolescentes tinham aulas noturnas, às terças e sextas,
num ótimo curso de idiomas no Centro da cidade. Saíam da escola e iam
diretamente para lá.
– Então, foi quem?
– Sei lá... – a esposa
demonstrava confusão – Com tanta gente nessa
família!...
–
Tudo bem! Mas geral aqui é adulto, né? Eu não acredito! – me recuso a
acreditar – que aquela pouca-vergonha, de devorarem nossa comida toda, tenha
voltado. Depois de tudo que conversamos...
Seus
filhos, vendo que eles tinham sido devidamente absolvidos, voltaram ao quarto,
com o vozerio turbulento característico infantil.
– Eu não
queria acusar, mas estou achando que foi um dos meus sobrinhos... – refletiu
meio acabrunhado – Vou lá perguntar!
Perto das 21h,
alguns se preparando para assistir novela, e Benito fazendo interrogatório com
cada um dos sete sobrinhos, entre crianças e adolescentes.
Desta vez
resolveu chamar um por um, no canto, sem interferência de adultos.
O casal de gêmeos de dezesseis anos estava com bacia na mão se
entupindo de batata frita na frente da TV. Queriam assistir a uma cena lá
qualquer numa novela cheia de suspense.
Parecia que a mocinha iria finalmente botar em pratos limpos o que a vilã andou
aprontando com ela na ficção inteira. Coincidentemente, era o que Benito estava
ali para realizar: lavar as taças de sorvete supostamente sujas por um deles.
A
contragosto, o rapaz viera na cozinha, onde o moço do sorvete perguntou com
muita clareza:
– Foi você que pegou meu sorvete?
– Que sorvete?
– Meu sorvete, oras! Lá do meu congelador!...
– Pô, tio! O senhor sabe que
eu não gosto de sorvete...
– Mas ‘tá calor, né? Sempre
cai bem...
–
O senhor já me viu várias vezes recusando, mesmo quando alguém me
oferece! Não gosto mesmo, o senhor sabe disso...
Benito teve
que admitir que o garoto falava a verdade. Era do tipo que preferia comer
brócolis – que também não gostava – do que ingerir o alimento gelado. Dizia que
tinha nojo, que lembrava alguma coisa gosmenta de um filme que assistiu.
A irmã gêmea
fora chamada. Não queria vir de jeito nenhum. A novela tinha começado:
– Qual é, tio? O que que ‘tá pegando?
– Eu é que pergunto: quem
pegou meu sorvete?
–
Eu que vou saber?! Nem tenho entrado na sua casa por esses dias... O
senhor sabe muito bem que estou de castigo. Minha mãe só me deixa vir aqui na
sala para ver a novela. Depois, tenho que ir para o quarto, igual a uma condenada...
Na semana
passada, a sobrinha fora puxada pela orelha pelo pai por ter falado palavrão
para a avó, mãe de Benito e seus irmãos. Algo a ver com conselho que a garota
não gostou e arrumou rima chula para “Não bode, vó...” Falta de respeito com os
mais velhos era tratada com rigor pela família inteira.
– ‘Tá certo... – saiu da casa, inconformado.
O
primogênito, irmão dos gêmeos, não poderia ser suspeito por estar de férias, do
trabalho de meio período, em Angra dos Reis. Era um rapaz de seus dezessete,
quase dezoito. Benito não desconfiaria dele, mesmo que ali estivesse: era
diabético. Tomava insulina, tratava a doença com muito rigor. E ele, como tinha
o bom hábito de realizar exercícios físicos, nem parecia ter a doença. Se
descuidasse, era o mais saudável de todos daquela “vila”.
Só restava
os quatro meninos do seu irmão do meio, considerados muito arteiros, mas não
propriamente “ladrões” de comida. Até eram enjoados para se alimentar em
qualquer horário. Mesmo doces, era uma batalha para sentirem vontade de degustar.
Não eram
magros, mas longe de serem gordos. A conversa deles era com correr, soltar
pipa, ficar na rua até tarde, tendo a mãe para fazer a vizinhança toda conhecer
cada um de seus nomes e apelidos.
Entretanto,
Benito sentiu-se forçado a conferir por questão de justiça.
Eram meninos
com menos de doze; quando se juntavam os quatro, não saía coisa que
prestasse. Bagunça na certa era o resultado.
Talvez até por molecagem, tenham tirado o sorvete do congelador para
deixar o tio injuriado. Relembrando a infância, ele adorava deixar a mãe doida
de raiva. Um prazer inestimável ver adultos perdendo o controle.
O sobrinho de
cinco foi o primeiro a “depor”:
–
Não fui eu, não, tio! – com olhar de suspeito sem ser: – Eu não
alcanço, é muito alto.
Benito teve
que rir por dentro. O garotinho, sem querer, confirmou a máxima popular que diz
que “Vergonha não é roubar. Vergonha é roubar e não poder levar...” Ele não podia nem roubar...
– Tudo bem. Mas sabe quem foi?
Desconfiado, o
sobrinho balançou a cabeça negativamente.
– Legal. Pede para a sua mãe
chamar os outros aqui!
Imediatamente,
apareceu o segundo. Tinha nove anos. Ninguém dava mais de sete, por não ser
muito desenvolvido, apesar de ter uma força descomunal. Com cara de poucos
amigos viera; estava vencendo na queimada de sua rua contra a “equipe” da
outra. Quando voltasse ao jogo, poderia ser tarde demais. Não confiava na
habilidade de seus parceiros de “time”. O calor intenso permitia a esticada da
brincadeira até mais tarde.
– Minha mãe mandou me
chamar... O que aconteceu?
– A pergunta
é simples: foi você quem tomou o sorvete lá da minha geladeira? Revoltado, o
garoto só respondeu:
– Claro que não!
–
Por que “claro que não”? Você estava aqui à tarde, não é? Poderia ter
entrado e apanhado sem ninguém ver...
–
Eu cheguei da escola e nem almocei, se o senhor quer saber... Joguei a
mochila na cama e me mandei direto pra rua. Comi só a merenda mais ou menos ao
meio-dia. Minha mãe pagou geral em cima de mim, pensando que eu não tivesse
comido nada...
– Então você ficou o tempo
todo na rua desde que voltou da escola?
– É...
– Ok. Volta lá pra sua brincadeira!
Bem
próximo, vinha o mais arteiro dos quatro, com os seus sete anos. No entanto, o
mais sincero. Era só dar uma “dura”, que saía entregando.
– E aí? Tudo beleza?
– Tudo...
– Você sabe quem mexeu no
sorvete do tio?
– Eu não fui!...
–
Olha, não pode mentir... Você conhece a sua mãe! Se ela descobrir que
está mentindo, te coloca no quarto escuro sem poder sair...
A cunhada era rigorosa, mas jamais faria isso. No entanto, dava broncas
bem firmes nos garotos. Eles a respeitavam. Benito só quis amedrontá-lo para
obter a informação.
–
Eu não fui, não, tio... Hoje cheguei passando mal. Vomitei no recreio
depois que fui brincar no parquinho do colégio. Não comi nada até agora...
Pergunta a ela só!...
Daquela vez que você vomitou foi por causa que ficou rodando no
parquinho depois de comer?
– Foi...
– Sua mãe sabe disso?
– Não... Mas não conta pra
ela... Por favor, tio!
–
Não conto, pode deixar! Mas para com esse negócio, rapaz! Isso não faz
bem pra ninguém... – olhando firme para o garoto: – Se souber quem pegou o meu
sorvete, você fala, então, ‘tá? Trato nosso!
Um tanto
timidamente o menino apertou a mão do tio, e se afastou. Acabou que Benito
atirou no que viu, e acertou no que não viu. Agora tinha consciência do
problema do menino vomitando da escola. Nada de comida estragada: era só mais
uma das muitas artes do sobrinho.
O quarto e
último que apareceu, era um dos seus sobrinhos mais descolados, com onze anos,
de cabelo com reflexo de louro, e brinco de pequena argola na orelha esquerda.
“Menino bonito”, todo mundo admitia; inteligente também. Da turminha, era o
mais obediente, embora agitado.
Seu
problema maior era ser bem sonso. Difícil arrancar-lhe confissões. Chegou na
varanda, com a maior tranquilidade:
– Fala daí, tio!
– Você pegou o meu sorvete? –
disparou Benito, sem perder tempo.
– Não... – respondeu o menino,
igualmente veloz na fala.
–
Caramba! Colabora, rapaz! Alguém pegou o meu sorvete, e estou começando
a achar que vocês estão escondendo alguma coisa...
– Fala sério, tio! A gente nem
tem entrado na sua casa...
–
Isso não quer dizer nada! Vocês não têm entrado, mas escolheram hoje
para dar uma aparecida por lá. Vocês não são
proibidos...
–
Só que eu, esse tempo todo, estava fazendo dever de casa. Agora à noite
é que eu fiquei de papo com a galera ali na rua. Até joguei um pouco de
queimada também...
O mais descolado, o mais bonito, o mais sonso e um dos mais bagunceiros
dos sobrinhos era igualmente o mais inteligente. E sua inteligência vinha muito
de sua autodisciplina, de deixar de lado qualquer diversão para se dedicar aos
estudos. Benito sentiu que ele também não era o autor do “crime”.
–
Pelo jeito, vou ficar mesmo sem saber o paradeiro do meu sorvete...
Pode fazer o que você quiser. Está liberado!
Sem muita
ênfase, o garoto direcionou-se para o portão, dando indícios de que era iria
voltar ao que fazia antes, ou seja, uma traquinagem qualquer.
Benito não
ousava imaginar que algum dos adultos pudesse ser tão infantil assim, de passar
a mão em doce alheio após o trato tão bem feito.
Ficaria sem
saber, mas não perguntaria a nenhum deles. Seria, no mínimo, indelicado.
Sentou-se
no sofá de sua sala, consciente que o capítulo da novela faltava pouco para
terminar. A mocinha tinha desmascarado mesmo a vilã perigosíssima.
“Só eu que
não descubro quem pegou um simples sorvete...”, pensou Benito, um tanto
chateado.
Como se fosse
combinado, foi a vinheta de término do capítulo ressoar sala afora, para a mãe
e sua irmã retornarem com várias bolsas cheias.
Toda vez que visitavam a tia da
Tijuca, traziam novidades em forma de cortinas: de sala, de banheiro e de pia.
Eram muitas, de diversas cores, tamanhos e texturas.
–
Vocês não têm mais jeito! Saem comprando tudo daquela loja... Assim a
tia vai acabar ficando rica! – comentou com simplicidade Benito.
– Ah, nem pensamos duas vezes,
né, mãe? Tem cada coisa linda! Quer ver?
– Agora, não...
Lá do
quarto de casal, a esposa de Benito gritou, ela que costumava acompanhar os
noticiários dia e noite na TV paga:
– Não
adianta, não! Benito está de cara feia desde que voltou do trabalho! A mãe logo
ficou preocupada:
– Ué, meu
filho? Alguma coisa grave aconteceu? Sem titubear, declarou de imediato:
– Roubaram meu sorvete, mãe!
Logo depois de um leve suspiro e um meneio de cabeça, a
mãe confirmou perguntando, com certo desdém:
– Então, era isso?
–
E a senhora acha pouco? Em nossa família tem ladrão de comida, e fica
tudo por isso mesmo? E pior que foi adulto! Adulto, caramba, ADULTO!
Rindo, a mãe
tratou de falar:
– Fui eu, seu bobinho!
– A senhora????
A irmã ficou rindo, de pé,
imaginando o que estava se passando na mente de Benito. Nem na mãe poderia
confiar mais!
–
Euzinha! – sinalizando para a filha: – Vá lá buscar aquele negócio que
eu guardei no armário! Você sabe, a prova do
“crime”...
Já de volta,
a irmã de Benito ainda ria muito. Ela tinha o que se chama de “riso frouxo”.
–
Você vê se para também! – proferiu Benito, visivelmente injuriado –
Parece até uma hiena...
A moça nem
ligou. Agora o riso virou gargalhada.
–
‘Tá, mãe, a caixa de sorvete está aqui. Pra que eu quero uma caixa
vazia? Eu acredito no que disse, que foi a senhora quem pegou. A única pergunta
é: por
quê?
–
Se você não fosse tão guloso, perceberia logo o motivo. – a mãe estava
contrariada – Veja só a data do lado!
Benito olhou e
não achou nada demais:
– Ah, mãe, é só a data de fabricação...
– ... que traz junto a data de
validade! – completou a mãe.
Teatralmente a mãe se
levantou, tomou nas mãos a caixa e leu a data que continha. O prazo da validade
do produto já tinha explodido há dois meses!
– Caraca! Isso tudo?
–
Isso tudo! – repetiu ela. – Hoje que eu vi pela manhã. Joguei logo
aquela porcaria toda fora! Vai que você passa
mal?
– Mas por
que a senhora
não deixou um
bilhete, não ligou pra mim me avisando?
– Esqueci, é verdade. Foi um
erro meu... Não dá pra pensar em tudo, né?
Benito estava inconformado. Fizera um imenso “barulho” por
nada. Não passava de preocupação de uma mãe cuidadosa, zelando pela saúde de seu
filho.
–
Obrigado, obrigado mesmo! – já refeito – Se a senhora não faz isso,
iria ficar ingerindo sorvete passado até acabar. Um pote tão cheio ainda...
–
Agora é tratar de processar esse supermercado! Fica vendendo comida
podre para os clientes!...
–
Só que eu não guardei a notinha. – lamentou Benito – Bobeira minha!
Comprei anteontem,
podia ter deixado na carteira!...
– Pena... Mas ao menos você
lembra o nome do supermercado?
– Não... Há muitos por onde eu
passo. Qualquer um pra mim serve!
– Bom, está tudo resolvido!
Chega de estresse! – disse a mãe.
Indo guardar as lindas cortinas que comprara na loja da Tijuca, a mãe
virou-se para aconselhar:
–
Da próxima vez, observe bem a embalagem, para verificar a data
direitinho. E aproveita, meu filho, e cuida mais de sua saúde! Você se
empanturra demais de doces, salgados, gorduras... Tudo bem que seus irmãos
também são uns esfomeados, atacavam a sua geladeira aqui que era um terror, mas
eles fazem exercício todo dia, estão sempre testando a taxa de glicose com
exame de sangue. Nós já temos casos de diabetes na família; seu pai era. Seu
sobrinho, coitadinho, tem diabetes tipo 1, você sabe, já nasceu assim, e se
cuida muito bem.
“Agora, você, só vive deitado, comendo carboidrato e comida com gordura trans.
Sorvete, então, parece que você nem toma, come! Para ir à padaria, vai de
carro, – e a padaria é aqui na nossa rua! –, para pegar qualquer coisa, ao
invés de se levantar, pede pras crianças trazerem. Sua vida é muito sedentária,
meu filho! Vê se muda os seus hábitos, e logo!”
Reflexivo com o
que a mãe dissera, Benito afirmou:
–
Pode deixar, mãe, que a partir de hoje vou levar mais a sério a minha
saúde! A senhora tem razão! Eu ando muito descuidado e preguiçoso... Isso vai
mudar! Deixa comigo!
Continuou Benito comprando os seus alimentos favoritos, inclusive o
“sorvete da discórdia”, o tal de creme de avelã.
Não começou os
exercícios, e insistiu no erro de ir à padaria de carro.
Sentado ou deitado na sala vendo filme, eram os filhos que iam a
qualquer parte para atender a um pedido dele. Principalmente cerveja ou petiscos.
Comia de tudo, muito, ainda mais nos dias marcados pela mulher para a
comilança sem freios. Aqueles dias eram um pedaço de paraíso ao seu ver.
De todos os conselhos de sua mãe para ter uma vida saudável, só
cumpriu com um: ao pegar num pote de
sorvete, sempre averiguava a data de validade...
Para ler antecipadamente todos os contos, clique neste link do site
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